sexta-feira, 6 de março de 2015
MARTA VOLTA A DESFILAR PARA A ELITE PAULISTANA
Por: Fernando Brito
A senadora Marta Suplicy retoma hoje seus artigos na Folha num indisfarçado discurso de ressentimento com Dilma, de quem foi Ministra até apenas três meses.
Já mandaria a boa ética, a qual ela não segue desde sua carta grosseira de exoneração, que expusesse pouco, nada – ou que nem os tivesse – rancores.
Sobretudo, quando aquela de quem era colaboradora e, em tese, companheira, está em evidentes dificuldades políticas.
Ou o que se diria de Dilma se, secretária da então Prefeita Marta, deixasse o cargo e saísse atirando na então combalida “martaxa”?
No título começa a sordidez, porque a “sexóloga” Marta sabe muito bem as conotações da palavra “vaca” em qualquer assunto que se refira a mulheres e não se acanha de usa-la, claro que metaforicamente.
Adiante, pior ainda, quando se arroga advogada de um Lula que “bradava” (alguém ouviu Lula bradar?) por mudanças e queria, de fato, o lugar de candidato em 2014.
Se houver um mínimo de verdade no que diz Marta, é de se notar que o retirante nordestino, pouco estudado, dá de dez em matéria de elegância na aristocrática quatrocentona de São Paulo.
E, finalmente, como boa hipócrita que é, pega uma “onda” nos “desmandos da Petrobras”, esquecida de que não foi com Dilma que aconteceram as roubalheiras de Paulo Roberto Costa e companhia, mas que esta os afastou da direção da empresa.
E com uma pérola, bem digna de figurar ao lado do famoso “relaxa e goza” dos tempos da crise aérea – quando era Ministra do Turismo: dizer que “não sabe” se havia corrupção no Governo FHC e dizer que é mentira que ” as elites se organizam propagando mentiras porque querem privatizar a Petrobras”.
Se a Senadora quer manter novos relacionamentos políticos, cair nos braços do conservadorismo político, que o faça, é seu direito. A Xuxa, agorinha, assinou contrato com a Record, depois de quase 20 anos na Globo e disse, do passado: “sem mágoa”.
Mas que se comporte como uma pessoa civilizada, não como alguém que sai a espalhar, aos quatro ventos, que seus companheiros de sempre são uns imbecis mesquinhos, até porque quando a mesquinharia lhe rendia mandatos e cargos, relaxava e gozava deles.
Naquela época, que está aí, próxima e fresca na memória, ela não exercitou a “audácia e transparência que caracterizaram minha vida”, não é?
“Barraco” não lhe fica bem, Dona Marta, porque em discussões assim vale a raiva, não a verdade.
O Brasil está, realmente, uma tristeza: nem com fidalgos contamos mais.
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