segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Fracasso da Politica Americana: Governo do Afeganistão vai iniciar negociações de paz com Talibã


Chefe do Executivo afegão, Abdullah Abdullah (dir.), recebe em Cabul o general Raheel Sharif, 
chefe do Exército paquistanês.

O governo do Afeganistão anunciou nesta segunda-feira (23/02) que dará início a negociações de paz com o Talibã em um futuro próximo. A mudança no posicionamento afegão, que ainda precisa ser confirmada pelos talibãs, indica uma nova etapa na relação entre Afeganistão e Paquistão, após anos de desconfiança mútua por conta da atuação do grupo durante a gestão do ex-presidente afegão Hamid Karzai (2004-2014). "O diálogo de paz com os talibãs vai começar em um futuro próximo", disse o chefe do Executivo, Abdullah Abdullah, em sessão do Conselho de Ministro. O político também negou ter mantido até o momento diálogo direto com o grupo talibã.

Abdullah, ex-líder da luta antitalibã, manifestou sua esperança de que a iniciativa do governo leve a paz ao Afeganistão, em um período de transição depois que a Otan (aliança militar ocidental) finalizou em janeiro a sua missão de desdobramento militar.
O presidente afegão, Ashraf Gani, destacou que as bases para as negociações estão em seu melhor momento há três décadas e considerou que o povo afegão deve aproveitar esta "oportunidade única" para restaurar a paz no país, de acordo com uma nota divulgada pelo palácio presidencial.
Gani deu os primeiros passos no caminho rumo à paz com os talibãs ao manter, por sua vez, reuniões com altos cargos políticos e da sociedade civil para mediar o assunto.
O futuro acordo com o grupo insurgente não virá, no entanto, em detrimento dos avanços obtidos durante os últimos 13 anos, disse ontem Abdullah durante seu discurso em uma conferência em Cabul, onde assegurou que o governo não comprometerá seu "prestígio, honra, reputação nem os direitos" dos afegãos.
O porta-voz do chefe do Executivo, Javid Faiçal, disse hoje à agência Efe que seu vizinho Paquistão terá um papel "crucial" no processo de paz, do que todos os afegãos, incluindo políticos e líderes islâmicos, serão mantidos a par.
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