terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

DESAFIO DO PT: TER FORÇA SOCIAL E FORMAR ALIANÇAS PARA ENFRENTAR MAIORIA CONSERVADORA


Quem a ressuscitou foi o Gilmar, que não vota o fim do financiamento de empresas

Do Blog do Dirceu:

O PMDB assumiu, na prática, a hegemonia e a liderança da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal – neste último, de fato já exercia esse papel em sintonia e aliança com o PT no apoio aos 
governos Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2014). Na Câmara com a eleição do deputado Eduardo 
Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Casa formou-se também uma maioria peemedebista que 
pode se consolidar.
Salta a vista, ainda, o fato de que pela primeira vez desde 2003 o PMDB se uniu em torno de um líder, 
o deputado Eduardo Cunha. A agenda política do presidente da Câmara, do PMDB e da maioria agora 
criada está colocada. É conservadora em matéria de comportamento com oposição radical ao aborto e 
ao chamado casamento gay.
Deve ser, também, conservadora em matéria econômica. Esta maioria, sem deixar de negociar até para 
atender a demanda das centrais sindicais, deve apoiar a agenda do ministro da Fazenda, Joaquim Levy 
e do governo com relação ao ajuste fiscal.
Pode apoiar, também, a PEC da Bengala – elevação da idade de aposentadoria de ministros dos 
tribunais superiores de 70 para 75 anos – e a reforma política com a instituição do Distritão no sistema 
de voto, o que põe fim às coligações proporcionais e dispensa a cláusula de barreira. 
É uma maioria que tende a apoiar toda a reforma política nos termos propostos pelo presidente da 
Câmara e pelo PMDB, dentre outros pontos, com o fim da reeleição, a coincidência geral de eleições e 
de mandatos.
Instituir o voto facultativo e manter o financiamento privado de campanhas
Também a manutenção do financiamento privado e doações das empresas para campanhas eleitorais e, 
por fim, o voto facultativo são outras duas propostas defendidas abertamente e com a simpatia de novo 
da mídia de oposição que vê nelas um caminho para enfraquecer o governo e o PT.
Na agenda política para o país, mais cedo ou mais parte teremos as reformas tributária e da Previdência 
Social, onde as propostas da equipe econômica do governo seguramente encontraram apoio no PMDB 
que se credencia para ser o interlocutor dela (equipe econômica), do chamado mercado e dos diferentes 
interesses empresarias e sociais que buscam o Parlamento e pressionam ou demandam o atendimento 
de suas agendas e demandas.
Quem quiser ou pretender influenciar essa agenda e formar maiorias, ou oposição a eles, aos que 
compõem hoje maioria no Parlamento, tem que ter forca social e de mobilização, propostas claras e 
alianças políticas. Eis o novo desafio do PT.
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Em tempo: a PEC da Bengala tem o objetivo de impedir que a Presidenta Dilma nomeie cinco 
ministros para o Supremo. O que, porém, não é garantia de que ela não nomeie cinco tucanos…

Em tempo2: como se percebe, a PEC da Bengala é o Golpe Paraguaio em sua versão light …  
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