A indicação do general Jeannot Jansen da Silva Filho, para dirigir a
pasta de Segurança Pública do Pará no 3º mandato do governador
Simão Jatene (PSDB) é para debelar “focos de resistência interna”
na Segup, de modo especial “infiltrações da política oposicionista,
ligadas ao senador Jader Barbalho”.
Por Lúcio Flávio Pinto em seu blog.
Meio século depois, um general volta a ser secretário de segurança
pública do Estado do Pará.
O governador Simão Jatene anunciou agora de manhã que o cargo será
ocupado pelo general Jeannot Jansen da Silva Filho, ex-comandante
militar da Amazônia.
O anterior foi também um general de divisão da reserva do exército,
José Manoel Ferreira Coelho.
Ele foi nomeado pelo coronel Jarbas Passarinho, o primeiro militar a assumir
o governo depois do golpe de 1964, eleito, por via indireta, pela Assembleia Legislativa.
A indicação de Ferreira Coelho era coerente com a conjuntura da época: a segurança estadual era
controlada por bacharéis e delegados vinculados ao “baratismo”, a corrente política liderada pelo
caudilho Magalhães Barata. A polícia era usada contra os inimigos e adversários do governo, e
também como guarda pretoriana, dando suporte a atividades que geravam fontes de renda ao poder
estabelecido, como o jogo do bicho e o contrabando. O general Ferreira Coelho devia atacar esses
redutos, aproveitando o regime de exceção.
A escolha de um novo general (a patente máxima desde então foi a de coronel, do próprio exército ou
da Polícia Militar) contrasta com o regime democrático atual, mas pode ter duas explicações. Uma,
para efeito interno: estabelecer um poder de mando verticalizado na Segup, que enquadraria os focos
de resistência interna e as infiltrações da política oposicionista – especialmente ligadas ao senador Jader
Barbalho, do PMDB – na estrutura de segurança.
Ao mesmo tempo, marcar posição do PSDB do Pará, que traz para uma posição de destaque um
militar que foi para a reserva criticando o governo do PT e suas extensões. Quando ainda estava no
comando da 8ª Região Militar, o general Jansen, em público, classificou a cesta básica, o principal
programa de inclusão social do PT, como demagógica e produtora de “vagabundos”. A partir daí, foi
preterido nas promoções no exército e passou para a reserva na patente de general-de-divisão.
Ele também fez críticas à atuação do governo federal na Amazônia durante visita de cortesia à sede da
Federação da Agricultura do Estado do Pará. Suas críticas visaram o orçamento do governo federal, os
movimentos sociais, a atuação de órgãos ambientais do governo, que estariam coniventes com algumas
ONGs, e a omissão com relação à soberania nacional, referindo-se à internacionalização e à ocupação
desordenada e ilegal da Amazônia.
Manifestou perplexidade com o orçamento do governo federal em curso, que reservava 24 bilhões de
reais para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, enquanto que para o exército
foram destinados apenas R$ 1,2 bilhão. Atribuiu a disparidade ao objetivo político do programa social:
“A cesta básica venceu a ética e o bom senso”, declarou.
Opinando sobre uma questão de grande importância na região amazônica (e na jurisdição da secretaria
que irá comandar), apontou como a causa maior dos conflitos de terras era a falta de organização
fundiária, por culpa do próprio governo federal. E também pela existência de organizações sociais que
não querem alcançar benefício social “e, por isso, estamos atentos, silenciosos, mas acompanhando os
assentamentos e as invasões em todo o país, porque há ideologias muito estranhas à nossa”.
O novo secretário de segurança, que é sergipano, deverá continuar a falar – e dar o que falar.
________________________________________________
pasta de Segurança Pública do Pará no 3º mandato do governador
Simão Jatene (PSDB) é para debelar “focos de resistência interna”
na Segup, de modo especial “infiltrações da política oposicionista,
ligadas ao senador Jader Barbalho”.
Por Lúcio Flávio Pinto em seu blog.
Meio século depois, um general volta a ser secretário de segurança
pública do Estado do Pará.
O governador Simão Jatene anunciou agora de manhã que o cargo será
ocupado pelo general Jeannot Jansen da Silva Filho, ex-comandante
militar da Amazônia.
O anterior foi também um general de divisão da reserva do exército,
José Manoel Ferreira Coelho.
Ele foi nomeado pelo coronel Jarbas Passarinho, o primeiro militar a assumir
o governo depois do golpe de 1964, eleito, por via indireta, pela Assembleia Legislativa.
A indicação de Ferreira Coelho era coerente com a conjuntura da época: a segurança estadual era
controlada por bacharéis e delegados vinculados ao “baratismo”, a corrente política liderada pelo
caudilho Magalhães Barata. A polícia era usada contra os inimigos e adversários do governo, e
também como guarda pretoriana, dando suporte a atividades que geravam fontes de renda ao poder
estabelecido, como o jogo do bicho e o contrabando. O general Ferreira Coelho devia atacar esses
redutos, aproveitando o regime de exceção.
A escolha de um novo general (a patente máxima desde então foi a de coronel, do próprio exército ou
da Polícia Militar) contrasta com o regime democrático atual, mas pode ter duas explicações. Uma,
para efeito interno: estabelecer um poder de mando verticalizado na Segup, que enquadraria os focos
de resistência interna e as infiltrações da política oposicionista – especialmente ligadas ao senador Jader
Barbalho, do PMDB – na estrutura de segurança.
Ao mesmo tempo, marcar posição do PSDB do Pará, que traz para uma posição de destaque um
militar que foi para a reserva criticando o governo do PT e suas extensões. Quando ainda estava no
comando da 8ª Região Militar, o general Jansen, em público, classificou a cesta básica, o principal
programa de inclusão social do PT, como demagógica e produtora de “vagabundos”. A partir daí, foi
preterido nas promoções no exército e passou para a reserva na patente de general-de-divisão.
Ele também fez críticas à atuação do governo federal na Amazônia durante visita de cortesia à sede da
Federação da Agricultura do Estado do Pará. Suas críticas visaram o orçamento do governo federal, os
movimentos sociais, a atuação de órgãos ambientais do governo, que estariam coniventes com algumas
ONGs, e a omissão com relação à soberania nacional, referindo-se à internacionalização e à ocupação
desordenada e ilegal da Amazônia.
Manifestou perplexidade com o orçamento do governo federal em curso, que reservava 24 bilhões de
reais para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, enquanto que para o exército
foram destinados apenas R$ 1,2 bilhão. Atribuiu a disparidade ao objetivo político do programa social:
“A cesta básica venceu a ética e o bom senso”, declarou.
Opinando sobre uma questão de grande importância na região amazônica (e na jurisdição da secretaria
que irá comandar), apontou como a causa maior dos conflitos de terras era a falta de organização
fundiária, por culpa do próprio governo federal. E também pela existência de organizações sociais que
não querem alcançar benefício social “e, por isso, estamos atentos, silenciosos, mas acompanhando os
assentamentos e as invasões em todo o país, porque há ideologias muito estranhas à nossa”.
O novo secretário de segurança, que é sergipano, deverá continuar a falar – e dar o que falar.
________________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário