terça-feira, 30 de dezembro de 2014

ODEBRECHT ESCAPA DE MORO, MAS NÃO DE GRAÇA FOSTER


Decisão da Petrobras de suspender contratações futuras com 23 empreiteiras, incluindo a maior 
do País, a Odebrecht, envia um recado à força-tarefa comandada pelo juiz Sergio Moro: o de 
que não existem intocáveis; embora as provas da Lava Jato indiquem que a construtora de 
Marcelo Odebrecht pagou a maior propina já descoberta na operação, os US$ 23 milhões 
destinados a Paulo Roberto Costa, a empresa foi surpreendemente poupada nas prisões já 
efetuadas; blindada também na imprensa, com uma farta campanha publicitária da Braskem, a 
Odebrecht não escapou do rigor de Graça Foster, assim como a Andrade Gutierrez, outra 
empreiteira esquecida pela equipe de Moro.

247 - A presidente da Petrobras, Graça Foster, demonstrou ter mais rigor no combate à corrupção do 
que a força-tarefa liderada pelo juiz Sergio Moro e pelos procuradores federais que conduzem a 
Operação Lava Jato.
Explica-se: a estatal decidiu suspender qualquer contratação futura das empreiteiras investigadas na 
operação. Só que Graça foi além de Sergio Moro.
Enquanto o juiz paranaense decretou prisões apenas de executivos dos grupos Camargo Corrêa, OAS, 
Queiroz Galvão, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e UTC, a lista de Graça é bem mais 
ampla.
Inclui, por exemplo, a Odebrecht, de Marcelo Odebrecht, que é a maior empreiteira do País e 
justamente aquela que pagou a maior propina descoberta na Lava Jato: os US$ 23 milhões destinados a 
Paulo Roberto Costa, que o ex-diretor da Petrobras aceitou devolver.
Ou seja: o crime e a prova do crime foram materializados, mas a Odebrecht, surpreendemente, não 
sofreu punições no âmbito da Lava Jato. Só foi punida, agora, com a decisão de Graça Foster, que a 
afasta da Petrobras. A empresa conseguiu se blindar na imprensa, graças a uma farta campanha 
publicitária da Braskem, mas não passou pelo filtro da Petrobras.
Outra gigante da construção, esquecida na Lava Jato, mas não por Graça, é a Andrade Gutierrez – 
apontada nas delações como a empreiteira mais próxima ao lobista Fernando Soares, o Fernando 
Baiano.
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