quarta-feira, 26 de novembro de 2014

ENQUANTO O TUCANISTÂO MORRE DE SEDE..... A SABESP EM NOVA IORQUE.....

Circula na Internet um vídeo do final de 2012 em que a cúpula da Sabesp e mais alguns membros do 
governo de São Paulo comemoram os dez anos da empresa na Bolsa de Nova York. 

Dê uma olhada:



À luz da falta de água no estado, as imagens são uma piada de mau gosto — uma schadenfreud com os
paulistas. Num clima triunfal, vê-se um congraçamento bonito em grandes mesas com brindes
generosos de champanhe. “Oh, happy days”, canta o hino gospel.
A abertura de capital avolumou as receitas da companhia. De 2002 a 2012, as ações em Nova York
registraram valorização de 601% e seu valor de mercado triplicou, passando de 6 bilhões para 17
bilhões de reais. Atualmente, a companhia vale 13 bilhões.
Hoje, o Sistema Cantareira voltou a bater um recorde negativo, chegando a 3% de sua capacidade. A
segunda cota do volume morto está sendo utilizada. Como avisamos no DCM, o prejuízo para a saúde
causado pela presença de poluentes ainda é uma incógnita.
Não é a única incógnita nessa história. É de amplo conhecimento que a Sabesp e o governo Alckmin
não alertaram os consumidores dos problemas. Até pouco depois das eleições, Alckmin insistia que
não havia “racionamento”, numa negação malufística.
Não foi por falta de dinheiro que não foram feitas as obras necessárias desde 2004, quando se
recomendou um aumento da oferta hídrica para a região metropolitana de SP. Isso atenderia o aumento
populacional e reduziria a dependência do Cantareira, segundo um inquérito civil instaurado para
acompanhar a renovação da outorga.
Durante o oba oba nos EUA, a presidente Dilma Pena já tinha informações de que a situação não era
das melhores. Desde então, ela já foi flagrada dizendo que não orientou a população a economizar por
“orientação superior”, Alckmin foi passar o chapéu em Brasília, a falta d’água é uma realidade
cotidiana — e em 2015 as perspectivas são as piores possíveis.
Mas, naquele dia em Nova York, eles nunca foram tão felizes.

PS: o nosso projeto de crowdfunding para uma série de reportagens e um documentário sobre a crise hídrica em São Paulo está no ar. Basta um clique.

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