Sebastião de Souza tem uma riqueza no quintal de casa, e está todo prosa. Em tempos de seca e de crise no abastecimento de água, o antigo poço, há anos tampado por pedra e placas de madeira, voltou a ter valor. A água proveniente do lençol freático é retirada com um baldinho preso a fios. “Olha só, é geladinha e transparente. Não tem gosto”, diz o morador do Jardim Maracá, bairro localizado no extrema zona Sul da cidade de São Paulo.
O poço é remanescente do bairro. Juarez Sanches, de 24 anos e filho de Sebastião, conta que em 1998, com a chegada a água encanada na região do Capão Redondo, técnicos passaram nas casas pedindo para que os poços fossem aterrados. A última análise da água, realizada pela Cetesb ainda nos anos 1990, dizia que a água era potável.
De lá para cá, muita coisa mudou. Novas casas foram construídas e a família avalia se deve usar a água do poço. Juarez evita beber a água. “Vou experimentar só um pouquinho, mas sei lá se ela é potável ainda, né?”, diz e dá um gole mirrado. A esposa de Sebastião, Claudinei Sanches diz que nunca vai beber. ”Nem sei de onde vem isso aí. Está há tanto tempo fechado”, disse.
Embora pareça uma riqueza, o receio da família de Sebastião em beber a água faz todo o sentido. Poços antigos, mesmo que no passado tenham sido classificados como de água potável, podem com o tempo e a urbanização terem sido contaminados por esgoto.
“A água proveniente do lençol freático é água recarregada da chuva, se tiver sujeira ou contaminação no solo vai para esta água também. Fora isso, se houver esgoto perto ocorre a contaminação. A distância ideal depende do solo”, explica o , engenheiro hídrico e professor da Universidade Mackenzie, Antonio Eduardo Giansante.
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“A água proveniente do lençol freático é água recarregada da chuva, se tiver sujeira ou contaminação no solo vai para esta água também. Fora isso, se houver esgoto perto ocorre a contaminação. A distância ideal depende do solo”, explica o , engenheiro hídrico e professor da Universidade Mackenzie, Antonio Eduardo Giansante.
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