sábado, 4 de outubro de 2014

São Paulo impõe sua vontade: Arrocho à frente de Marina



Por: Fernando Brito

Verdadeiro ou falso, o fato é que há duas verdades nesta anunciada ultrapassagem de Aécio Neves sobre Marina Silva anunciada pelo Datafolha e pelo Ibope na véspera da eleição.
A primeira é que Marina cai, cai, cai, como consequência de sua própria inconsistência política, um fenômeno que, faz tempo, a gente vem insistindo que se iniciou logo depois de sua mórbida disparada midiática com a morte de Eduardo Campos.
A segunda é que o alto comando da direita brasileira, sediado em Saõ Paulo, tem boas chances de conseguir recuperar não apenas sua presença no segundo turno das eleições – mesmo que a situação seja de “empate técnico”, imagine a repercussão disso pela TV e pelos jornais… – como a de levar Marina ao papel que ela tem agora, como teve em 2010: o de viabilizar uma segunda chance para a direita brasileira num segundo turno.
Aliás, melhor desta vez do que na anterior, porque a necessidade de desmanchar a montagem elitista e midiática que se construiu em torno dela interditou a discussão que é real no Brasil: o que Lula representa versus o significado do tucanato.
É fato que não se pode descartar que a eleição feche no primeiro turno, porque é impensável que em meio ao declínio de Marina, nada se transfira a Dilma, sobretudo nas regiões mais sofridas do país, como o Nordeste, onde a candidata do PSB ainda ostenta bons números e Aécio é uma pixotada. E com os sinais de que Dilma cresce em todos os estados.
Mas o sucesso da direita pára por aí.
Consumado, ele levaria ao segundo turno alguém fraco por uma derrota em seu estado “vitrine”, politica e moralmente inconsistente e vazio em ideias.
Medições feitas para o segundo turno agora refletem apenas o anti-dilmismo que Marina imprimiu à sua campanha.
A porção de classe-média de seu eleitorado, sim, talvez se transfira em maior número para o tucano.
Mas não o povão, onde ela fez o estrago que talvez possa impedir a vitória de Dilma na primeira rodada das eleições, se o conseguir.
Não haverá transferência em massa dos seus 20% no Nordeste e Norte para Aécio, nem das pequenas “máquinas” estaduais do PSB para ele.
Os números das pesquisas lhes deixam margem para “ajustar” tudo a uma eventual frustração de suas “ordens” estatísticas.
Mas não estão fazendo nada senão, como em 2010, construírem um “tempo extra” onde mais factoides midiático-policiais lhes propiciem chances de ser o que não são: a escolha do povo brasileiro.
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