quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Quem é o jovem que trouxe dor de cabeça ao governo chinês



Ele sequer pode dirigir um carro, mas já encabeça um dos movimentos políticos mais significantes de
Hong Kong desde o massacre na Praça da Paz Celestial em 1989. Joshua Wong, 17 anos, é chamado 
de “extremista” pelo governo da China por sua participação nos protestos estudantis que invadiram as 
ruas do território na última semana.
As manifestações têm como objetivo exigir autonomia nas eleições do próximo chefe do Executivo 
local, que devem acontecer em 2017. Pequim e o governo atual de Hong Kong, contudo, estão dando 
sinais de que não vão atender tal demanda.
Wong, em contrapartida, já mostrou que não irá desistir da luta pela democracia. “Você deve enxergar 
cada batalha como sendo possivelmente a batalha final. Só assim terá determinação para lutar”, 
declarou o jovem à rede de notícias CNN.
O histórico de Wong no ativismo estudantil começa em 2012, quando, aos 15 anos de idade, liderou 
uma manifestação com mais de 120 mil pessoas. O grupo, conhecido como “Scholarism”, lutava 
contra um programa educacional que ensinaria aos alunos da rede pública chinesa sobre as maravilhas 
do regime comunista em vigor no país.
Depois de uma série de protestos, greves de fome e até a invasão de um prédio do governo, Hong 
Kong finalmente voltou atrás e cancelou a implementação do projeto. O sucesso do Scholarism fez 
com que Wong e grande parcela dos jovens do território seguissem batalhando pela democracia.
O estopim para os protestos recentes foram justamente declarações das autoridades de Hong Kong 
sobre o pleito de 2017. Segundo o governo, cidadãos locais vão poder escolher seu próximo líder, mas 
apenas candidatos pré-selecionados terão a permissão para participar.
A atitude vai contra o que foi firmado entre China e Grã-Bretanha em 1997, quando os britânicos 
devolveram Hong Kong ao domínio chinês sob a condição de que fosse dado ao território um futuro 
democrático.
A forma encontrada pelo governo para resolver o assunto transformou a indignação dos jovens em 
uma grande mobilização estudantil. Nascia a revolução dos guarda-chuvas, apelidada como tal por 
conta do modo como os manifestantes se protegem contra os sprays de pimenta da polícia.
Desde que os estudantes tomaram as ruas, o movimento ganhou a simpatia da população. Despertou 
também a ira do partido comunista chinês. Como consequência de sua ativa participação, Wong 
acabou preso com outros colegas na sexta passada, teve sua casa revistada e objetos pessoais 
apreendidos. Foi o último a ser libertado, dias depois.

Porque o governo chinês não consegue parar os protestos



Por Edson Marcon

Os protestos por mais liberdade em Hong Kong se intensificaram nos últimos dias.
O governo chinês quer indicar em quem os habitantes de Hong Kong vão votar.
Os protestos estão fortes.
Mas o governo chinês, que controla a internet na China, não consegue controlar os protestos em Hong 
Kong.
Por que?

Resposta: Redes Mesh.
do BR-Linux
Protestos em Hong Kong usam conexões que não dependem de redes Wi-Fi ou de celular


Os protestos prá-democracia em Hong Kong vem se intensificando, e dezenas de milhares de participantes já fizeram o download do Firechat, um app que estabelece, em aparelhos com Android ou iOS fisicamente próximos entre si, uma rede mesh, que não depende de servidores ou outra infra-estrutura – embora, se algum dos aparelhos integrantes dela tiver acesso à Internet, este acesso possa ser compartilhado entre os demais.



Além de permitir a coordenação de ações como essa (mesmo que a infraestrutura celular seja cortada) e a disseminação de informações e imagens em ambientes potencialmente hostis, os apps de redes mesh têm outras aplicações menos beligerantes, incluindo redes públicas municipais e regionais, comunicação durante desastres, em locais remotos, etc.

Mais aqui: http://www.npr.org/blogs/alltechconsidered/2014/09/29/352476454/how-hong...



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