segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Evangélicos, Aécio, a cocaína e o bafômetro


É razoável supor que a candidatura de Dilma Rousseff enfrente resistência em São Paulo num grupo 
bem específico: eleitores de inclinação religiosa evangélica – na maioria pentecostais – e da Classe C.
Eles seriam especialmente sensíveis à “questão moral” e, portanto, ao vazamento seletivo, preferencial, 
promovido pelo Juiz Sergio Moro, no Paraná.
Seriam eleitores sensíveis ao massacrante “envenenamento” a que o PiG submete os trabalhistas, desde 
Vargas.
A Presidenta Dilma repete que tem dois eixos morais em sua campanha:
- o eixo do combate à corrupção – porque ela tem todo o direito, como já fez, de desafiar o Aecioporto 
a tratar de corrupção, já que ele não tem autoridade moral para tratar do assunto;
- e o eixo da igualdade de oportunidades.
E ela tem autoridade moral para falar disso, porque subiu na vida pelejando, como diria seu mestre 
Há outros dois pontos obscuros na biografia desse precocemente talentoso político do Rio que milita 
em Minas.
Quem sabe o PT, o Partido da Tremedeira, segundo o Bessinha, não investiga pra nós ?
O Golpe Militar entregou o CADE ao outro avô do Aécio, o mineiro Tristão da Cunha, mega-
reacionário.
E, no CADE militarizado, o jovenzinho teria recebido uma Bolsa Família …
Entre 1977 e 1981, com 17 anos, o jenio precoce teria “trabalhado” como assessor na Câmara dos 
Deputados, enquanto cursava no Rio a Economia da PUC.
(Sempre na ponte-aérea para o Rio … É uma mania dele …)
Se isso for de fato verdade – o PT nos ajudará … – os avós de pai e de mãe o trataram com especial 
desvelo …
Está aí um caso típico de quem venceu na vida através da “meritocracia”.
Talvez fosse também interessante tratar de outros dois aspectos morais, nessa próxima temporada de 
debates e programas no horário eleitoral.
A questão da cocaína e da recusa em fazer o bafômetro.
O Conversa Afiada reafirma a convicção de que o candidato Aecioporto deveria se submeter a um 
exame público e transparente para definir se foi ou não usuário de cocaína.
Ele é candidato a Presidente da República.
O Brasil é um país assolado pela cocaína e o crack, e vizinho de produtores e comerciantes de drogas.
Não se pode correr o risco de ter um Presidente que foi usuário de drogas.
Só um exame público, na Fundação Oswaldo Cruz, diante das câmeras da Globo – e do Conversa 
Afiada – com médicos especializados, escolhidos pelas duas campanhas – poderá esclarecer essa 
dúvida cruel.
Que não é só do Conversa Afiada, mas de toda a família Perrella e do respeitado jornalista Fernando 
Barros e Silva, hoje na revista piauí, e que militou na Fel-lha (no ABC do C Af), com destaque, por 
muitos anos.
Reveja os trechos do programa Roda Morta em que Barros e Silva, de forma corajosa, apesar do 
âncora (…), trata da “questão moral”, a partir da confissão do próprio candidato tucano de que já 
consumiu maconha:



O senhor foi usuário de cocaína ?
É uma pergunta que todo brasileiro tem o direito de fazer !
E que, indiretamente, fez, como lembra Barros e Silva, o ardoroso defensor da candidatura Aécio, o 
agora eleito senador Padim Pade Cerra.
Num artigo na Fel-lha de São Paulo, em 15 de dezembro de 2013, Cerra, que ainda disputava a 
candidatura a Presidente pelo PSDB, exigiu que o debate sobre o consumo de cocaína fizesse parte das 
questões eleitorais em 2014.
Todos se lembram de um dos capítulos dessa sangrenta disputa entre Cerra e Aécio, num sábado, no 
Estadão, quando um redator da turma do Cerra escreveu celebre artigo “Pó pará, governador”, para se 
referir a Aécio.
(É constrangedor assistir, hoje, a cenas em que o Padim Pade Cerra se posta ao lado de Aecioporto, 
candidato a Presidente. Não se distingue quem demonstra odiar mais o outro…)
O próprio “príncipe que virou sapo”, no magistral título de Ricardo Melo na Fel-lha, na mesma revista 
piauí, naquela celebre entrevista em que disse que o 7 de setembro é uma palhaçada, FHC disse:
“Agora, o Aécio gosta demais da vida privada dele. Pode parecer banal, mas é assim que as coisas 
funcionam.”
Vida privada ?
Mas, como, FHC, se o rapaz desde os 25 anos tem “vida pública” ?
Ou sempre foi assim e a irmãzinha não deixava a gente saber ?
Um outro ponto a ser considerado pelos eleitores evangélicos de Classe C é a questão moral do 
bafômetro e o alcoolismo.
Basta refletir: quantos brasileiros já se curaram do consumo de drogas e do alcoolismo com a ajuda de 
igrejas evangélicas ?
No vídeo que está na TV Afiada, se vê:
- Aécio completamente alcoolizado, mal se equilibra nas pernas, entra num botequim da zona Sul do 
Rio, à noite, e recompensa um garçom com gorda gorjeta;
- depois, numa reportagem da Globo (da Globo !!!), se vê que a carteira de motorista dele está vencida;
- e que ele se recusa a fazer o teste do bafômetro: “preferiu não se submeter ao bafômetro”, diz o BO.
Quer dizer, então, amigo navegante evangélico, que corremos o risco de, numa emergência, numa crise 
que acabe de estourar, o Presidente da República poderá estar alcoolizado, sem poder andar – nem se 
dirigir à Nação ?
Quer dizer, então, amigo navegante evangélico, que o candidato da Moralidade se recusou a fazer o 
teste do bafômetro ?
Como diz aquele amigo navegante, se ele não respeita o teste do bafômetro, obrigação mínima, 
elementar de todo cidadão civilizado, quem garante que ele, Presidente, respeitará a Constituição ?
Quem garante que ele não feche TODOS os blogs ?
Inclusive este ?
Ou as igrejas evangélicas que não sigam o Malafaia e o Pastor Everaldo ?.

Em tempo: amigo navegante lembra de outro assunto que o PT poderia explorar, não fosse o Partido 
da Tremedeira: O “mensalão tucano” e a lista de Furnas A lista relacionaria as pessoas beneficiadas 
pelo caixa de campanha de Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais
A ação penal no 1.274 da Procuradoria Geral da República – o chamado “mensalão tucano” – traz 
elementos contundentes sobre a participação do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) no 
desvio de 4,5 milhões de reais (valores da época) de três estatais mineiras – Copasa, Cemig e BEMGE 
– para sua campanha eleitoral.
Mas traz informações esclarecedoras sobre a tal “Lista de Furnas”, que relacionaria as pessoas 
beneficiadas pelo caixa de campanha. Há uma discussão permanente sobre a veracidade ou não da lista.
(…)

Paulo Henrique Amorim
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