sexta-feira, 3 de outubro de 2014

DEBATE GLOBALHA: Arrocho e Everaldo: A dupla mais abjeta da TV brasileira:


Didi e Zacarias

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William Bonner abriu o papel em que estava escrito o tema a ser discutido. “Previdência”, é o que se 
lia.
O Pastor Everaldo, à frente do palco, convocou Aécio Neves. “Meu querido senador”, ronronou, a voz 
melíflua. Entrou a falar sobre o PAC. Bonner, como um bedel, pediu que os dois se concentrassem no 
assunto determinado.
Everaldo deu um sorriso cínico, descarado, sabujo e mandou bala: “O que o senhor tem a me dizer 
sobre a Previdência no Brasil?”
A dupla mais abjeta da televisão brasileira depois de Danilo Gentili e Roger do Ultraje é formada por 
Aécio e Everaldo. A sorte é que foi a última vez, na temporada, em que ela aparece. Mas deve ter 
futuro na política.
Desde os primeiro debate, os dois interpretam um casal 20 de fundo de quintal em que o candidato do 
PSC se deixa subjugar pelo do PSDB. Se você tem alguma dúvida, é bom que saiba: é tudo 
combinado.
Everaldo, com sua pinta de vendedor de cinto de couro de cobra, sua mania de declarar que inventou o 
Bolsa Família, a falta completa de ideias e coragem, assumiu nos encontros a função de escada para o 
novo patrão.
Era mais ou menos previsível que procurasse algo ou alguém para onde correr. Sua candidatura se 
transformou num traque. O restolho de voto evangélico que tinha migrou para Marina Silva. Não 
resistiu a 15 minutos de Jornal Nacional. Silas Malafaia, que o apoiava quando não estava ocupado 
detonando homossexuais, trocou-o por Marina.
Everaldo chegou a ser saudado como uma “grata surpresa” por Rodrigo Constantino, o que deveria ser 
interpretado como um sinal. Uma esperança para a direita, no desespero da direita em achar alguém 
assumidamente de direita. Revelou-se um conservador meia boca de fala mole.
Um nanico entre os nanicos. Luciana Genro e Eduardo Jorge mostraram brilho próprio. Levy Fidelix, 
em sua imensa, pantagruélica estupidez, acabou ganhando muito mais visibilidade, embora por vias 
transversas.
O pastor havia terminado um dos debates com uma bênção evangélica. Na Globo, pediu a bênção a 
seu padrinho Aécio Neves, trocando afagos e beijando a mão do patrãozinho, que olhava o servo com 
desdem enquanto lhe trepava nas costas para vender seu peixe.
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