terça-feira, 7 de outubro de 2014

Coxinhas xingam os nordestinos no Twitter por darem vitória maciça para Dilma.



Por: Fernando Brito

Cada nordestino ou descendente de nordestino no Brasil deveria ver o mapa acima antes de decidir o
seu voto.
A mancha vermelho-escura, significa, município por município, onde houve uma votação de mais de
50% para a Dilma Rousseff.
É o o desenho de uma metade do Brasil que, finalmente, fez ouvir sua voz neste país.
Pois se cada homem ou mulher que teve o pai e a mãe tangido pela seca, pela miséria, pelo coronelato
mandão, olhasse o que seus irmãos estão dizendo, duvido tivesse coragem de condená-los, de novo, ao
jugo das elites que os empobreceram e das que os receberam, de nariz torcido, por onde a sina de
retirante os espalhou.



É, como diz a turma do bucho cheio que se reúne com Aécio, “o pessoal que vota com o estômago”.
Os que ele diz que estão felizes com os “empreguinhos de dois salários mínimos”.
Gente que se reproduz na mediocridade de um imbecil, agora, na fila do banco que disse que paga
imposto para dar marmita a nordestino vagabundo.
Que os chama de “paraíba”, de “baiano” e que espalha, como está mostrando o Terra, mensagens de
ódio a eles porque votaram em Dilma.
Esses Nordestinos é o nome de uma página que está reunindo e denunciando estas manifestações de
ódio.
É, esses nordestinos, que construíram o prédio onde eles moram, que abriram a estrada onde eles
passam, que fizeram a escola onde seus filhos estudam, ergueram a ponte que atravessam.
Que fizeram um pedaço imenso deste Brasil rico e egoísta, da gente que é capaz de morrer de fome
não porque não tem comida, mas por falta de uma empregada ou um restaurante – cheios de
nordestinos na cozinha, aliás – que lhes sirva.
Esses nordestinos, essa gente que sofre mas não odeia, muito melhor do que esta, que não sabe o que é
sofrer, mas sabe muito bem o que é odiar.
São eles os “limpinhos e cheirosos”, mas como fedem, meu deus!
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