Jornal GGN - "Oh, Minas Gerais. Oh, Minas Gerais. Quem conhece Aécio, não vota jamais. Oh, Minas Gerais." O ouvinte de rádio atento ao processo eleitoral deve ter cruzado com o jingle criado pela campanha de Dilma Rousseff (PT) após o fracasso de Aécio Neves (PSDB) nas urnas de seu próprio estado, no dia 5 de outubro. Desde que o segundo turno começou, o PT adotou a tática de explorar a vitória de Dilma em Minas, onde Aécio foi governador entre 2003 e 2010. O subproduto dessa estratégia é atacar, também, os erros que o tucano cometeu enquanto chefe do Executivo.
Desde o final de semana, em encontro com jornalistas, Dilma vem citando, repetidamente, uma das infrações que Aécio, seguido pelo sucessor Antonio Anastasia (PSDB), cometeu enquanto governador: não ter atendido ao mínimo constitucional na aplicação de recursos em saúde e educação. "Se, em casa, Aécio não deu conta, como é que quer cuidar da Nação?",indaga outra peça petista no rádio.
É estabelecido em lei que o governo estadual deve investir 12% da receita em saúde e 25%, em educação. Os governos tucanos em Minas descumpriram a diretriz e, de acordo com a presidente, o buraco existente nos investimento da saúde é de 7,6 bilhões de reais. Na educação, o montante chega a 8 bilhões de reais.
Os dados foram fornecidos à imprensa por Dilma, novamente, nesta segunda (13), durante entrevista coletiva. Ela aproveitou a oportunidade para rebater a declaração feita por Marina Silva (PSB) ao apoiar Aécio neste segundo turno presidencial. A ex-ministra comparou a carta que Aécio fez para conseguir o apoio de Marina à carta que Lula remeteu aos brasileiros na eleição de 2002.
"Acho uma comparação infeliz, tão desproporcional entre um líder político do porte de Lula e o candidato meu adversário, seja pela trajetória política, seja pelas convicções. Se você comparar os resultados de ambos, verá sinais trocados. O que Lula fez pelo Brasil foi crescer, empregar, investir na educação e saúde. O que o adversário candidato fez foi deixar, apesar do chamado 'choque de gestão', uma monstruosa dívida no Estado [de Minas Gerais] e ficar devendo, na saúde, 7,6 bilhões, em todo seu período de governo, e 8 bilhões na educação",disparou Dilma.
E completou: "Quem diz isso não sou eu, é o Tribunal de Contas do Estado, com quem eles [ex-governadores tucanos] fizeram algo que eu não conhecia, mas que criaram lá em Minas Gerais. Se chama Termo de AJustamente de Gestão [TAG]. É um [acordo com um] prazo que o Tribunal deu para que eles cumpram os mínimos constitucionais na educação e na saúde."Ou seja, um prazo para que o governo estadual aumente os investimentos até chegar em 12% e 25%.
Segundo Dilma, Aécio e Anastasia não podem negar o descumprimento à Emenda 29 justamente por terem assinado o acordo com o TCE. Se não tivessem feito isso, correriam o risco de serem processados por improbidade administrativa. O Ministério Público de Minas Gerais tentou barrar o negócio entre o TCE e o Estado mineiro, mas não teve sucesso
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