A candidata do PSB pratica a velha política enquanto prega o contrário. Destruiu o ideário de
Eduardo Campos e talvez consiga demolir o próprio partido que representa.
NOVA É ESTA MARINA SILVA
por Mino Carta
Não há quem segure a candidata Marina Silva nesta caminhada final rumo à eleição. Em Florianópolis,
por Mino Carta
Não há quem segure a candidata Marina Silva nesta caminhada final rumo à eleição. Em Florianópolis,
subiu ao palanque de Paulinho Bornhausen e com empenho apaixonado pediu votos para sua
candidatura a senador. Precioso trunfo para o filho de Jorge Bornhausen, governador biônico de Santa
Catarina durante a ditadura, liderança do ex-PFL e patriarca de uma das mais ricas famílias do estado.
Direita reacionária na sua acepção mais desbragada.
Esta adesão eufórica à velha política assinala a enésima contradição de pregadora da nova.
Esta adesão eufórica à velha política assinala a enésima contradição de pregadora da nova.
Uma análise da personagem do ponto de vista psicológico exibe, isto sim, uma nova Marina.
A contida, austera ambientalista na qualidade de candidata em campanha mudou radicalmente o seu
estilo, a ponto de pôr em xeque as crenças professadas até ontem. A perspectiva do poder leva-a a
renovar seu verbo e seus gestos e a buscar a companhia de quantos aparentemente haveriam de ser
seus adversários, se não inimigos. Vale tudo para chegar lá, é o que se deduz sem maiores esforços.
Confesso minha surpresa. Marina Silva revela uma determinação obcecada que não imaginava. Certo é
que a candidatura de Eduardo Campos, sua plataforma, suas ideias, seus projetos e propósitos, Marina
conseguiu destruir. Receio que logre ir além, para demolir o próprio Partido Socialista. Em lugar da
nova política, temos a nova Marina.
HUMORISTAS MIDIÁTICOSHá momentos de puro humorismo propiciados pela mídia nativa. No
momento a Folha de S.Paulo celebra a instituição do ombudsman há 25 anos, de sorte a estabelecer a
autocrítica dentro do próprio jornal. O Folhão se apressa a esclarecer, pomposo, que o exemplo não foi
acompanhado pelas demais publicações brasileiras enquanto em vários países do mundo a prática
salutar é adotada. O nome ombudsman, admito, me soa desagradável. De todo modo, tivesse
funcionado sempre para valer, viveria física e moralmente esgotado.
A leitura e a audiência que parcimoniosamente dedico à mídia nativa me revelam o autêntico
responsável por todos os males no momento padecidos pelo Brasil. Ou melhor, a responsável, Dilma
Rousseff, a começar, pasmem, pela crise econômica mundial, que ninguém poupa, até a inflação e o
desemprego. Mas os porcentuais não são bastante baixos em relação aos números globais? Segundo o
Cérbero da família Marinho, o cão de três cabeças à porta do Hades, a presidenta maquia os dados. Ou
finge ignorá-los?
Tudo é culpa da Dilma, até, quem sabe, o 7 a 1 imposto pela seleção alemã aos canarinhos, ou o
tráfego congestionado, ou falta de luz em casa. Só mesmo a crescente, inexorável escassez de água em
São Paulo não pode ser atribuída à presidenta. No caso, entretanto, o culpado, o governador, Alckmin,
é prontamente perdoado e se prepara ao passeio eleitoral
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