Por Fernando Britto
Vem aí uma maratona de pesquisas.
O Datafolha registrou nada menos que três: para hoje, amanhã e sábado.
O Ibope, outras três: hoje, sexta e sábado.
É uma vergonha, em matéria de indução do eleitorado, mas é assim que as coisas se passam em nosso
país, com a mídia que temos, com seus “apêndices” estatísticos.
Vamos assistir uma guerra, que vai ter como cena central a “crise” econômica que está sendo
criminosamente construída na Bolsa e no dólar.
Essa é a “frente de ataque a Dilma”, mas a direita, apesar ne ter deixado de lado toda a prudência nisso,
não sabe o que fazer diante do caldeirão em que armou seus feitiços.
Marina foi uma aposta imprudente, na qual jogou todas as suas fichas, e ela, visivelmente, gorou.
Pode ter força residual para chegar ao segundo, mas isso se torna cada vez mais duvidoso.
O Globo, hoje, abre suas baterias sobre ela.
Reportagem mostra como foi financiada pela Natura e pelo Itaú.
Merdal Pereira já admite que, entre os assessores de Aécio (isso é uma auto-análise?) é forte a percepção de que “é possível ir ao segundo turno passando por cima de Marina”.
E Ricardo Noblat, que havia se tornado um dos mais intransigentes “marinistas” da mídia, parte para o desaforo com a candidata.
“Pare de se fazer de coitadinha, Marina! Ou vá à luta ou desista“, diz ele, sem meias-palavras.
E vaticina: “Agarre-se Marina com todos os deuses disponíveis para não morrer na praia antes de domingo próximo. Corre tal risco.’
Quem vai mostrar este “risco” são os números que as pesquisas de hoje terão coragem de assumir.
Marina abaixo dos 25% será sinal de desembarque da candidatura da ex-verde, ainda mais se acompanhado de Aécio com 20%.
A tendência é essa e é no um a mais, um a menos – que vai se estreitando quanto mais perto estamos da votação – que se formam as “ondas” de expectativas.
Para recordar: no primeiro turno de 2010, Dilma teve 46,9% dos votos válidos, depois de uma semana final com tendência de queda, o contrário do que ocorre agora, quando tem 45- 46% dos válidos
Serra teve 32,6%, e entrou estável na última semana, com uma percentagem entre os válidos que se aproximava dos 32, segundo o Datafolha. Como Marina virou o Serra de 2014, veja-se que ela tem, no último Datafolha, 30,3% dos válidos, em franca trajetória de queda.
E Aécio, o azarão que era Marina em 2010, quando esta teve 19,3% dos válidos, entra, em estabilidade ou leve alta, na semana final nas mesmas condições que ela terminou, pois tem, segundo o último Datafolha, 20,2% dos válidos.
Marina tornou-se um mulambo eleitoral. Imprestável.
Tornou-se evidente que a direita ou a mata ou corre o risco de morrer com ela.
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