sábado, 26 de julho de 2014

Nigéria decreta alerta vermelho após primeira vítima confirmada de ebola


Enfermeira dá analgésico para paciente de 12 anos que está em ala de isolamento na Guiné

A Nigéria decretou neste sábado (26/07) estado de alerta nos portos e nas fronteiras, após o primeiro
caso fatal de ebola ser confirmado em Lagos, cidade mais populosa do país e segunda maior do
continente africano.
"Todas as portas de entrada na Nigéria, incluindo aeroportos, portos e fronteiras terrestres, foram
colocados em alerta vermelho", declarou o ministro da Saúde, Onyebuchi Chukwu, citado pela Al
Jazeera. “Especialistas do governo foram posicionados em todos os pontos de entrada e o
monitoramento foi intensificado”, acrescentou.
A primeira vítima em solo nigeriano foi um homem de 40 anos da Libéria. Na terça (22), ele embarcou
em voo com destino à cidade de Lagos e passou mal durante a viagem. No momento em que
aterrissou, foi transferido para uma ala de isolamento e morreu sexta (25).
Hoje, funcionários de órgãos internacionais de saúde também anunciaram que estão monitorando o
vírus, a fim de evitar com que a doença se espalhe. Autoridades ainda investigam pessoas que entraram
em contato com algum doente e podem contraír o vírus.
"O governo norte-americano continua a fornecer uma abrangente ajuda por meio de diversas agências
para ajudar os países afetados pelo surto do ebola”, declarou o porta-voz do Departamento do
Escritório dos EUA na África, Will Stevens, à AFP.

Apesar de pequena, Guiné teve grave epidemia, pois vírus se espalhou para Serra Leoa e 
Libéria e agora atingiu a Nigéria

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o vírus já infectou pelo menos 1.093 pessoas
em Serra Leoa, Libéria, Guiné e agora Nigéria. Neste surto, mais de 660 pessoas morreram em toda
África Ocidental.
Uma lista deste órgão internacional aponta que, entre os 16 principais surtos de ebola no continente
africano de 1976 até 2008, houve 1.071 casos de pessoas contagiadas e um saldo de 1.530 mortos – o
que representa uma taxa de fatalidade de 73,87%. Em casos extremos, com a epidemia do Congo em
1976, essa taxa atingiu o nível de 88% de fatalidade.
O vírus do ebola não tem cura ou vacina, tendo como tarefa médica primordial o alívio do sofrimento.
Entre os sintomas, destacam-se febres altas, dores violentas, náuseas, vômitos e hemorragias. No
entanto, as chances de sobrevivência dos pacientes aumentam se eles receberam cuidados adequados,
incluindo hidratação constante e tratamento para infecções secundárias.
Entre as principais vias de propagação, o ebola se transmite por contato direto com o sangue, os fluidos
ou os tecidos dos indivíduos infectados. Nesse sentido, para evitar que haja contaminação, os
familiares são impedidos de tocar os corpos dos falecidos.
 

Representante da Médicos Sem Fronteiras explica para a população de Guiné o que é o ebola e 
como evitar a transmissão.
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