Melgaço, Ilha do Marajó, tem péssimos indicadores de qualidade de vida, como o pior IDH; dos
24 mil habitantes, 12 mil não sabem ler, nem escrever; após nove meses de atendimento de
profissionais do programa Mais Médicos, a cubana Oyainis Diaz avalia: "Mudou o atendimento
à população, que agora é mais rápido e mais próximo das pessoas"; estado recebeu ao todo
cerca de 580 médicos do programa; reportagem especial de Vera Paoloni
Vera Paoloni - Férias pra que te quero! Com astral lá em cima, as três médicas cubanas Maribel Saborit, Oyainis Diaz e Maribel Herrera já estão hoje em Cuba, em merecidas férias, após 9 meses direto de trabalho em Melgaço, Pará, Ilha do Marajó, e mais o tempo de treinamento. Assistiram a Brasil x Colômbia torcendo muito pelo Brasil. "Eu não gostava de futebol, mas depois de ver esta Copa, gosto muito agora", disse animada Oyainis Diaz, com quem conversei antes de embarcar de Belém para Manaus (AM) e de Manaus para Havana, Cuba.
E em Melgaço continuam no batente Orlando, que tira férias em agosto e a médica Arelis, que chegou em março deste ano. O time agora é de cinco.
Melgaço, Ilha do Marajó, como é sabido, tem péssimos indicadores de qualidade de vida. Tem o pior IDH - Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, o que exige ação firme e pronta do poder público pra melhorar a condição de vida da população composta por 24 mil habitantes, dos quais 12 mil não sabem ler e nem escrever, apenas 681 pessoas frequentam o ensino médio, saneamento é zero, saúde é rarefeita e internet só de vez em quando e apenas por celular.
Melgaço, Ilha do Marajó, como é sabido, tem péssimos indicadores de qualidade de vida. Tem o pior IDH - Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, o que exige ação firme e pronta do poder público pra melhorar a condição de vida da população composta por 24 mil habitantes, dos quais 12 mil não sabem ler e nem escrever, apenas 681 pessoas frequentam o ensino médio, saneamento é zero, saúde é rarefeita e internet só de vez em quando e apenas por celular.
O município não é atendido pela rede bancária e fica longe 14 horas de barco de Belém e a 1 hora de Breves, que acaba sendo uma espécie de capital para Melgaço e arredores.
Perguntei pra Oyainis o que mudou pro povo de Melgaço nesses 9 meses de atendimento direto do Programa Mais Médicos, que trouxe ao Pará mais de 580 médicos a 130 dos 144 municípios, incluindo 4 distritos indígenas.
Ela responde na bucha:
- Mudou o atendimento à população, que agora é mais rápido e mais próximo das pessoas. É o médico presente na casa e na vida das pessoas, o que não havia antes. Trabalhamos muito a atenção básica, como cuidar da pressão arterial, tratar a água, surtos de diarreia, como usar camisinhas, itens simples e que evitam internações, doenças e mortes.
A atenção básica à saúde, principal mote do vitorioso Programa Mais Médicos, do governo Dilma, é reconhecido até por governos tucanos, como recentemente ocorreu em Belém, quando o secretário de Saúde do Estado, Hélio Franco, disse "que 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos na Atenção Primária, como com o controle de doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial, daí a importância desse programa, que prioriza o primeiro nível de atenção à saúde. E os gestores paraenses estão satisfeitos com o Programa Mais Médicos no Pará, porque já está havendo redução de internações".
O programa bateu todas as metas de cobertura e hoje beneficia 50 milhões de pessoas em todo o Brasil. O Mais Médicos está presente em 3.819 municípios. São 14.462 médicos (brasileiros e estrangeiros) atuando em postos de saúde no Brasil. Na minha opinião, prefeituras como a de Belém e Ananindeua deveriam aderir ao Programa Mais Médicos e assegurar à população um atendimento melhor e mais humano e eficaz de saúde. Não propiciar esse atendimento a Belém, suas 30 ilhas e Ananindeua, é um crime.
Carestia - Como o rio é a rua e tudo chega de barco em Melgaço, a travessia de alimentos e todos os produtos fica muito mais caro. 1 maçã pequena custa R$ 1,50. Falar com alguém em Cuba por 1 ou 2 minutos, custa R$ 10,00, me informa Oyainis, acrescentando que desde maio deste ano a prefeitura de Melgaço liberou as quatro médicas e o médico Orlando para telefonar para seus familiares usando o telefone da prefeitura. "Isso melhorou muito a saudade", diz ela.
Cuba vive até hoje feroz embargo econômico os Estados Unidos, uma das razões por não ter entrada de produtos eletrônicos em larga escala. Por isso, na bagagem Oyainis carrega uma TV de 32 polegadas desde Melgaço até Belém, depois Manaus e Havana. Presente pra família e pro filhote de 7 anos, Richard Jose Quiñones Santos, um tablet e um macaquinho eletrônico.
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