No Blog do Juca
Ao optar por deixar Valdivia no banco contra a Espanha no Maracanã chileno, o técnico Jorge Sampaoli mostrou que ser audacioso não é ser irresponsável.
Ao precisar mais de aplicação do que de fantasia, o treinador argentino da seleção andina, tratou de pressionar os campeões mundiais que quase sofreram o primeiro gol ainda no primeiro minuto de jogo.
Uma Espanha cabisbaixa, com o fabuloso, e decadente, Xavi, na reserva, ainda conseguiu equilibrar o belo embate e esteve perto de seu gol quando o goleiro Bravo salvou nos pés de Xabi Alonso.
Mas, aos 19, no erro de passe de Xabi Alonso, os chilenos armaram o contra-ataque e em ritmo de linha de passe, com Vargas, fizeram o 1 a 0 que eliminava a Espanha da Copa.
Até o fim do primeiro tempo o equilíbrio era marca do jogo, sem maiores chances de ambos os lados, mas, aos 43, Aránguiz pegou o rebote de um soco mal dado na bola por Casillas e os chilenos fizeram o segundo gol, que praticamente selava a sorte espanhola e classificava tanto o Chile quanto a Holanda para as oitavas de final.
Holanda que não terá Van Persie na decisão do primeiro lugar do grupo contra o encantado Chile.
No enfrentamento das “Rojas”, estava tudo azul para a pátria de Pablo Neruda, enfim vencendo pela primeira vez, no 11o. confronto, a seleção de García Lorca que havia saído vencedora oito vezes.
Pena que a segurança do COL tenha falhado mais uma vez e torcedores chilenos tenham invadido o centro de imprensa do Maracanã, numa enorme confusão e quase uma centena de detidos.
Mas, lembre-se, do que você já leu aqui dezenas de vezes, o chefe de segurança do Padrão Baka é um tal Hilário…
Xabi Alonso, amarelado por cartão, nem voltou para o segundo tempo.
Por pouquíssimo, embaixo do gol, Busquets não diminuiu.
A “Roja” espanhola voltava a ser a “Fúria”, disposta a vender caro a eliminação, mas esbarrando na maturidade da “Roja” chilena, que acabou mais perto de ampliar do que de sofrer o primeiro gol.
Valdivia entrou aos 39 para enrolar o jogo, algo que faz com maestria.
O único consolo espanhol está em que hoje, ao menos, não aconteceu a humilhação sofrida diante da Holanda.
Mas as piores previsões foram confirmadas: a Espanha não se renovou, envelheceu, decaiu e agora já faz a malas antes de enfrentar a Austrália numa melancólica despedida precoce.
Lembrou a Seleção Brasileira de 1966, campeã mundial quatro anos antes e eliminada na fase de grupos.
No mesmo Maracanã que em 1950 cantou as “Touradas de Madrid”, parara-timbum-timbum, e, no ano passado, a viu atropelada pelos brasileiros na decisão da Copa das Confederações, a Espanha disse adeus à Copa de 2014.
Ah, se Diego Costa tivesse escolhido disputá-la pelo Brasil…
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