O Cafezinho foi investigar quem são os médicos selecionados por Barbosa para fazer um laudo
médico que justifique trazer Genoíno de volta para Papuda.
Antes do post, um recado de Miruna, filha de José Genoíno:
Graças a médicos muito bem escolhidos por sua ideologia, e a uma mídia que chega ao ponto de se regozijar com uma pessoa doente ter de ir a um presídio, meu pai passará o seu aniversário na Papuda. Dia 3 de maio meu pai faz aniversário. Estará apenas do lado do seu companheiro José Dirceu. E estará com a vida em risco, graças à criminalização da política criada para calar aqueles que somente lutaram por projetos e ideias, nunca por dinheiro. Já não tenho coração. Já não tenho lágrimas. Já não tenho grito. Já não tenho alma. E aqui estou. Porque tenho dois filhos que são pequenos demais para viver na própria pele a injustiça da vida. Eu só posso pedir a vocês que rezem, acho que nem pelo meu pai não, porque ele está forte e sua luz é eterna, mas rezem por essa pessoa que decide a desgraça alheia. Rezem pela Globo. Rezem pela Folha. Rezem pela Veja. Eu tenho certeza de que eles todos precisam de orações para que um dia sejam capazes de ver o que estão fazendo com um ser humano e toda sua família. Que eu tenha forças para continuar respirando. Miruna Genoino)
Republico abaixo algumas informações que apurei desde a primeira vez que Barbosa mandou avaliar a saúde de Genoíno, com a ficha de cada um que o examinou. Com exceção da Dr.Hilda, que está em repouso, são os mesmos de antes, antipetistas radicais liderados por Luiz Fernando Junqueira.
No post abaixo, eu não faço nenhuma acusação aos médicos. Apenas mostro que eles são antipetistas. No entanto, não posso perdoá-los, enquanto médicos. Eu fico estarrecido porque a meu ver, médicos deveriam prezar, antes de tudo, a vida, a saúde e o bem estar do paciente, independente se ele é um condenado ou não pela justiça.
Em se tratando de Genoíno, deveriam saber que ele é vítima (culpado ou não) de uma perseguição midiática terrível, e que sua doença muito provavelmente é uma derivação psicossomática disso. É um idoso, sob fortíssimo stress emocional, que deveria cumprir prisão domiciliar (injusta, sempre faço questão de repetir, porque ele é inocente, mas mesmo se fosse culpado) em sua casa, em São Paulo. JB o obrigou a pagar aluguel de uma casa em Brasília, longe de seu médico.
Genoíno foi torturado anos a fio pelo Estado, na época da ditadura, os médicos e Barbosa não levaram isso em conta?
Depois foi um dos melhores e mais democráticos e honestos deputados federais do país. Isso não vale nada para se avaliar o grau de stress a que ele está submetido?
Todas as conclusões são relativamente iguais, sempre repetindo expressões assim:
***
Não quero acusar nenhum médico. Vivemos uma democracia e cada um pode escrever o que quiser nas paredes virtuais de suas próprias redes.
Não consigo me livrar, porém, da impressão de que Barbosa catou médicos antipáticos aos réus apenas para que emitissem um laudo que chancelasse suas intenções de humilhar ainda mais José Genoíno. O laudo pode trazer informações verdadeiras, mas a conclusão me parece politicamente tendenciosa, contra o réu, contra a vida, contra o ser humano.
Depois foi um dos melhores e mais democráticos e honestos deputados federais do país. Isso não vale nada para se avaliar o grau de stress a que ele está submetido?
Esses médicos me lembram aqueles da ditadura, que acompanhavam os torturadores, para avaliar o estado de saúde das vítimas, para saber se elas poderiam continuar sendo torturadas. Só que estes são piores, porque estamos sob uma democracia, e, podendo optar por um relatório prudente, humanista, que prezasse acima de tudo a segurança física de Genoíno, eles preferiram assumir o papel de carrascos, interessados em castigo.
Em tempos de medicina holística, que vê a conjuntura, o todo, eles agiram como mesquinhos burocratas da saúde, expondo desnecessariamente um valioso ser humano, um espírito cheio de histórias e pensamentos que ainda precisam ser anotados, ao sofrimento, à doença, à morte.
Para eles, um ser humano é um relatório? Não aceito. Esses médicos agiram com muita falta de humanidade. Eles deveriam ter aconselhado, desde a primeira vez, que Barbosa deixasse Genoíno em paz, em casa, até porque ele não oferece nenhum perigo à sociedade.
Eis aqui o relatório mais recente, onde os médicos deixam brecha para não se incriminarem, em caso de piora no quadro de José Genoíno, mas o entregam de bandeja à fúria assassina de Joaquim Barbosa. Detalhe: como a ordem de prisão contra Barbosa foi dada às vésperas de um feriado, Genoíno ficará sem apoio médico durante mais de 10 dias, porque o médico da Papuda está de férias. E não há chance de recorrer da decisão porque os tribunais estão em recesso.
O Cafezinho foi investigar quem são os médicos selecionados por Barbosa para fazer um laudo médico que justifique trazer Genoíno de volta para Papuda. Todos os laudos anteriores indicavam que seria muito mais seguro para Genoíno se tratar em casa. Barbosa não se deu por satisfeito e pediu um último laudo, feito com médicos mais velhos, a maioria professores, acadêmicos, ou empresários da saúde, que aceitaram o jogo de Barbosa e prepararam um documento que prima por ser “contra” o réu. É a primeira vez que eu vejo uma junta médica agir, deliberadamente, com apavorante frieza, com vistas à sabotar qualquer tratamento à Genoíno.
Vê-se que Barbosa foi cuidadoso. Depois de trocar o juiz, escolheu cinco médicos perfeitos para executar sua missão. A maioria são médicos já maduros, com longa carreira acadêmica e donos de clínicas particulares. Barbosa não se arriscou com nenhum jovem idealista. Chamou só macaco velho.
Vamos a eles. Os nomes são: Luiz Fernando Junqueira Júnior, Cantídio Lima Vieira, Fernando Antibas Atik, Alexandre Visconti Brick, e Hilda Maria Benevides da Silva de Arruda.
Segue a ficha cada um:
Luiz Fernando Junqueira Júnior, professor de cardiologia da Universidade de Brasília e presidente da junta:
Consegui reunir pouco material sobre sua pessoa, mas obtive indícios do ambiente em que vive. Há uma página no Facebook dedicada à turma Luiz Fernando Junqueira Junior – Medicina UNB.
O administrador é Paulo Machado Ribeiro Junior.
A página de Ribeiro Junior é repleta de acusações contra médicos cubanos, ódio contra o PT, festejos pela prisão dos “mensaleiros”. Essa é a turma do chefe da junta que foi examinar Genoíno.
***
Cantídio Lima Vieira, cardiologista e especialista em perícia médica:
Esse aí tem uma história interessante. É um dos “marajás de jaleco” do Senado Federal. Médico do serviço público do Senado, Cantídio Lima Vieira possui clínicas privadas que oferecem serviços aos… senadores. Denúncia da Istoé foi logo abafada.
Trecho da matéria: “Duas unidades médicas dos funcionários operam no Sudoeste, outro bairro nobre de Brasília. Uma delas pertence ao médico Cantídio Lima Vieira (foto). Ele tem participação em mais quatro clínicas. Duas delas, a Policlínica Planalto e a Cordis são prestadoras de serviço da mesma associação de médicos contratada pelo Senado.”
***
Fernando Antibas Atik, especialista em cirurgia cardiovascular:
Fernando Atik tem um Twitter, no qual tem 16 seguidores e segue 33 arrobas. Destas 33, as únicas fontes de informação são Jornal Nacional, Globo, G1, Globonews, CBN, Veja e Conselho Federal de Medicina. Seus últimos 2 tweets aconteceram no dia 16 de novembro, quando respondeu a uma pergunta da Veja a seus leitores:
***
Alexandre Visconti Brick, professor de cirurgia cardiovascular:
Esse aí tem um histórico legal. Ganhou o título de cidadão honorário de Brasília por indicação do deputado distrital Junior Brunelli. Brunelli é o deputado da “oração da propina”, religioso exemplar.
***
Hilda Maria Benevides da Silva de Arruda é mais nova e tem atuação mais discreta. Como a maior parte dos médicos brasileiros, odeia o programa Mais Médicos. E faz questão de deixar isso bem claro em sua página no Facebook.
***
Claro que a suposição de que Barbosa escolheu a dedo médicos com antipatias políticas fortes contra José Genoíno é apenas isso, uma suposição. Entretanto, o laudo médico me parece negligente, porque aponta algumas condições extremamente frágeis do paciente mas conclui que ele pode continuar numa prisão. Por exemplo, o primeito item da conclusão diz, textualmente, que o paciente deve se submeter a acompanhamento ambulatorial periódico da sua condição pós-cirúrgica.
A má fé dos médicos aparece latente já no segundo item, onde se nota uma contradição que não pode ser inspirada em outra coisa, a meu ver, senão na maldade. Os médicos concluem que o réu, portador de hipertensão, deve usar medicamento de uso contínuo, e o tratamento deve incluir “dieta hipossódica, restrição de atividade física vigorosa, prática regular de leve a moderada atividade física aeróbica e restrição de fatores psicológicos estressantes”. Repito a frase final: “restrição de fatores psicológicos estressantes”. Mesmo assim, os médicos concluem que não há necessidade do tratamento ser feito em domicílio. Ora, concluir que um homem idoso, sob exposição pública tão pesada, num processo tão polêmico, no qual se autoconsidera inocente, não vai ficar “estressado” dentro da cadeia é ser o que eu chamo, datavenia, de coxinha desalmado e psicótico. E se este stress se dá num homem que acabou de sair de uma cirurgia cujas chances de sobrevivência são de menos de 10%, a orientação de que ele pode se tratar na prisão me parece negligente e criminosa.
Em tempos de medicina holística, que vê a conjuntura, o todo, eles agiram como mesquinhos burocratas da saúde, expondo desnecessariamente um valioso ser humano, um espírito cheio de histórias e pensamentos que ainda precisam ser anotados, ao sofrimento, à doença, à morte.
Para eles, um ser humano é um relatório? Não aceito. Esses médicos agiram com muita falta de humanidade. Eles deveriam ter aconselhado, desde a primeira vez, que Barbosa deixasse Genoíno em paz, em casa, até porque ele não oferece nenhum perigo à sociedade.
Eis aqui o relatório mais recente, onde os médicos deixam brecha para não se incriminarem, em caso de piora no quadro de José Genoíno, mas o entregam de bandeja à fúria assassina de Joaquim Barbosa. Detalhe: como a ordem de prisão contra Barbosa foi dada às vésperas de um feriado, Genoíno ficará sem apoio médico durante mais de 10 dias, porque o médico da Papuda está de férias. E não há chance de recorrer da decisão porque os tribunais estão em recesso.
O Cafezinho foi investigar quem são os médicos selecionados por Barbosa para fazer um laudo médico que justifique trazer Genoíno de volta para Papuda. Todos os laudos anteriores indicavam que seria muito mais seguro para Genoíno se tratar em casa. Barbosa não se deu por satisfeito e pediu um último laudo, feito com médicos mais velhos, a maioria professores, acadêmicos, ou empresários da saúde, que aceitaram o jogo de Barbosa e prepararam um documento que prima por ser “contra” o réu. É a primeira vez que eu vejo uma junta médica agir, deliberadamente, com apavorante frieza, com vistas à sabotar qualquer tratamento à Genoíno.
Vê-se que Barbosa foi cuidadoso. Depois de trocar o juiz, escolheu cinco médicos perfeitos para executar sua missão. A maioria são médicos já maduros, com longa carreira acadêmica e donos de clínicas particulares. Barbosa não se arriscou com nenhum jovem idealista. Chamou só macaco velho.
Vamos a eles. Os nomes são: Luiz Fernando Junqueira Júnior, Cantídio Lima Vieira, Fernando Antibas Atik, Alexandre Visconti Brick, e Hilda Maria Benevides da Silva de Arruda.
Segue a ficha cada um:
Luiz Fernando Junqueira Júnior, professor de cardiologia da Universidade de Brasília e presidente da junta:
Consegui reunir pouco material sobre sua pessoa, mas obtive indícios do ambiente em que vive. Há uma página no Facebook dedicada à turma Luiz Fernando Junqueira Junior – Medicina UNB.
O administrador é Paulo Machado Ribeiro Junior.
A página de Ribeiro Junior é repleta de acusações contra médicos cubanos, ódio contra o PT, festejos pela prisão dos “mensaleiros”. Essa é a turma do chefe da junta que foi examinar Genoíno.
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Cantídio Lima Vieira, cardiologista e especialista em perícia médica:
Esse aí tem uma história interessante. É um dos “marajás de jaleco” do Senado Federal. Médico do serviço público do Senado, Cantídio Lima Vieira possui clínicas privadas que oferecem serviços aos… senadores. Denúncia da Istoé foi logo abafada.
Trecho da matéria: “Duas unidades médicas dos funcionários operam no Sudoeste, outro bairro nobre de Brasília. Uma delas pertence ao médico Cantídio Lima Vieira (foto). Ele tem participação em mais quatro clínicas. Duas delas, a Policlínica Planalto e a Cordis são prestadoras de serviço da mesma associação de médicos contratada pelo Senado.”
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Fernando Antibas Atik, especialista em cirurgia cardiovascular:
Fernando Atik tem um Twitter, no qual tem 16 seguidores e segue 33 arrobas. Destas 33, as únicas fontes de informação são Jornal Nacional, Globo, G1, Globonews, CBN, Veja e Conselho Federal de Medicina. Seus últimos 2 tweets aconteceram no dia 16 de novembro, quando respondeu a uma pergunta da Veja a seus leitores:
***
Alexandre Visconti Brick, professor de cirurgia cardiovascular:
Esse aí tem um histórico legal. Ganhou o título de cidadão honorário de Brasília por indicação do deputado distrital Junior Brunelli. Brunelli é o deputado da “oração da propina”, religioso exemplar.
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Hilda Maria Benevides da Silva de Arruda é mais nova e tem atuação mais discreta. Como a maior parte dos médicos brasileiros, odeia o programa Mais Médicos. E faz questão de deixar isso bem claro em sua página no Facebook.
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Claro que a suposição de que Barbosa escolheu a dedo médicos com antipatias políticas fortes contra José Genoíno é apenas isso, uma suposição. Entretanto, o laudo médico me parece negligente, porque aponta algumas condições extremamente frágeis do paciente mas conclui que ele pode continuar numa prisão. Por exemplo, o primeito item da conclusão diz, textualmente, que o paciente deve se submeter a acompanhamento ambulatorial periódico da sua condição pós-cirúrgica.
A má fé dos médicos aparece latente já no segundo item, onde se nota uma contradição que não pode ser inspirada em outra coisa, a meu ver, senão na maldade. Os médicos concluem que o réu, portador de hipertensão, deve usar medicamento de uso contínuo, e o tratamento deve incluir “dieta hipossódica, restrição de atividade física vigorosa, prática regular de leve a moderada atividade física aeróbica e restrição de fatores psicológicos estressantes”. Repito a frase final: “restrição de fatores psicológicos estressantes”. Mesmo assim, os médicos concluem que não há necessidade do tratamento ser feito em domicílio. Ora, concluir que um homem idoso, sob exposição pública tão pesada, num processo tão polêmico, no qual se autoconsidera inocente, não vai ficar “estressado” dentro da cadeia é ser o que eu chamo, datavenia, de coxinha desalmado e psicótico. E se este stress se dá num homem que acabou de sair de uma cirurgia cujas chances de sobrevivência são de menos de 10%, a orientação de que ele pode se tratar na prisão me parece negligente e criminosa.
Todas as conclusões são relativamente iguais, sempre repetindo expressões assim:
***
Não quero acusar nenhum médico. Vivemos uma democracia e cada um pode escrever o que quiser nas paredes virtuais de suas próprias redes.
Não consigo me livrar, porém, da impressão de que Barbosa catou médicos antipáticos aos réus apenas para que emitissem um laudo que chancelasse suas intenções de humilhar ainda mais José Genoíno. O laudo pode trazer informações verdadeiras, mas a conclusão me parece politicamente tendenciosa, contra o réu, contra a vida, contra o ser humano.
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