Mais 4 mil médicos cubanos contratados pelo governo federal para o programa Mais Médicos chegam ao Brasil nesta semana e se juntarão aos cerca de 7.400 que já trabalham no país, informou hoje (5) o Ministério da Saúde. Eles são esperados a partir de hoje em Brasília, São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre, Guarapari (ES) e Gravatá (PE).
Nas seis cidades, os médicos farão durante três meses um curso de adaptação e capacitação para trabalhar no país, assim como avaliações sobre conhecimentos médicos e de português, antes de seu envio aos respectivos municípios em que trabalharão.
De acordo com o Ministério da Saúde, os 4 mil cubanos fazem parte dos 5.479 profissionais de diferentes países contratados no quarto processo de recrutamento para o Mais Médicos e entre os quais também estão 1.078 brasileiros.
O novo contingente elevará para 14,9 mil o número de médicos contratados no último ano para trabalhar em municípios do interior, aldeias indígenas e nas periferias das grandes cidades, dos quais 76,5% (11.400) são cubanos.
Esse número permitirá que o Mais Médicos, que atualmente beneficia 44,8 milhões de pessoas, amplie sua esfera de atuação para áreas onde vivem 51 milhões de brasileiros.
Os 9.425 médicos do programa que já estão trabalhando foram enviados a 3.241 diferentes municípios e 32 distritos indígenas.
O anúncio da chegada dos 4 mil médicos cubanos ocorre uma semana depois que o governo chegou a um acordo para poder elevar o salário que recebem os médicos ilhéus dos atuais US$ 400 mensais até US$ 1.125 mensais.
A elevação exigiu uma negociação com as autoridades cubanas, às quais o Brasil paga R$ 10 mil mensais por cada profissional em um acordo de cooperação intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde.
Inicialmente cada médico recebia US$ 400 para sua manutenção no Brasil e Cuba depositava mais US$ 600 em uma conta bancária em Havana que os profissionais só poderiam movimentar ao final do contrato.
Após o novo acordo, Cuba entregará os US$ 1.000 diretamente a seus médicos no Brasil e aumentará em US$ 245 a contribuição mensal.
A negociação deu-se depois que dois médicos cubanos desertaram e denunciaram os baixos recursos que recebem de Havana para trabalhar em um país com um custo de vida superior ao de outros países onde serviram.
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