O julgamento do mensalão mudou mais o STF do que o PT
Como se sabe, o Gilmar Dantas é um juiz mais do que partidário.
Partidário, de certa forma, por seus laços indestrutíveis com o PFL, de onde se desentranharam o Demóstenes –que ele defenderá – e Daniel Dantas, segundo descrição pormenorizada de Rubens Valente, autor do best-seller“Operação Banqueiro”.
Clique aqui para ler “O que seria do Dantas, não fosse o Gilmar ?”.
Porém, mais do que partidário, ele é político, age politicamente.
E foi ele quem percebeu o tamanho da encrenca em que se meteu o Supremo, ao julgar o mensalão (o do PT, porque o dos tucanos jamais será julgado).
Disse ele, nesta quinta-feira, ao se ver derrotado:
“Quem sabe a Corte será recomposta para a revisão criminal”.
Claro, Gilmar !
Como disse a senadora Gleisi Hofmann, a nomeação de Teori e Barroso é tão legítima, impessoal e apolítica quanto a de Barbosa.
(Não é o caso da nomeação de Gilmar, que, como demonstra Valente, esteve ligada ao Príncipe da Privataria e a seus beneficiários, desde que Gilmar estava na Advocacia Geral da União.)
Claro que a Corte será renovada.
Na sessão de ontem, Barbosa fez um discurso para o palanque.
Deve sair em breve.
Ele não toleraria ficar em minoria, numa Corte presidida por seu rival, o Ministro Lewandowski, o primeiro a denunciar que a pena de Dirceu tinha sido inflada – por ele, Barbosa.
A presidenta Dilma terá que ampliar a nova maioria, a de “sanha renovadora”, como disse Barbosa.
E, aí virão a revisão criminal, a revisão da anistia à Lei da Anistia e se materializará a irrelevante minoria do Gilmar.
Em tempo: o impoluto Ministro Fux comparou Dirceu a Lampião. Isso é um perigo. Abre precedente tentador.
Pau-lo-Hen-ri-que-A-mo-rim, senhores !
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