Douglas Belchior - Portal Rap Nacional e RollingStone
Mano Brown apresenta pela primeira vez, a capela, uma das músicas de seu primeiro álbum solo. O integrante do Racionais MC’s recebeu a equipe da ONErpm Sessions em um estúdio, em Pinheiros, durante uma pausa no trabalho de mixagem de Boogie Naipe, seu primeiro álbum solo. Mano Brown cantou “Foi Num Baile Black” a capela..
O vídeo é uma amostra do que podemos esperar, ressalta a produtora Boogie Naipe que, ao longo do ano de 2014, pretende trabalhar forte devido as comemorações dos 25 anos do grupo Racionais MC’s.
.O material inédito faz parte de uma série de programas da ONErpmSessions, que estreia oficialmente nessa semana nos canais da rede musical ONErpm, no YouTube. A série, gravada no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Barra do Jacuípe, apresenta artistas quase sempre fora do palco, em performances intimistas e reveladoras.
“Os Racionais têm um jeito diferente de fazer as músicas, são três compositores”, explicou Brown, dizendo que o jeito foi mudar as parcerias e misturar os compositores, como Seu Jorge, que participou do álbum. “E deu outra química, outro som… Acredito que vá ser surpreendente.”
“Já é uma terceira geração do hip-hop que só ouve hip-hop… Não é fácil você resgatar o Marvin Gaye na terceira geração depois do Tupac [Shakur]”, ele disse. “Mas acho que a tendência é ter uma volta a algumas coisas que foram esquecidas no passado.”
SOBRE SOBRE ROLEZINHOS: “EU SOU A FAVOR DOS MOLEQUES. TEM QUE INVADIR MESMO!”
Ao ser perguntado sobre os Rolezinhos, manifestações promovidas por jovens funkeiros, Brown esplicitou sua posição: “Os caras querem o quê?” perguntou o rapper. “Colocam um shopping no meio de 300 favelas, põem tudo que tem do bom e do melhor lá dentro, eles querem o quê?” Em relação ao número elevado de jovens que aderiram aos passeios, Brown disse acreditar que eles se sintam mais confortáveis em grupo. “A teoria que eu tenho é que os moleques se sentem bem quando estão em maioria. Daí eles usaram a internet para ser maioria”. Em seguida, afirmou estar “do lado” dos adolescentes dos rolês, que segundo eles, são vítimas do racismo presente na nossa sociedade. “A sociedade vai, chama a polícia. A polícia para na frente: ‘Preto de boné não entra’, olha para um preto: ‘É rolezinho, não pode entrar’. Dá pra meter 300 processos por dia nos caras, por racismo.”
“Eu sou a favor dos moleques, tem mais que invadir mesmo. Vai fazer o quê, pedir para entrar? A porta está aberta. Você entra”, disse.
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