quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MANIPULAÇÕES MIDIÁTICAS: "JORNALISTA" ACHA MENINO PERDIDO NO DESERTO


A bonita menina da foto é Hala Gorani, jornalista da CNN International. Uma especie de 
Barbie Sheherazade da nossa SBT.

Nestes últimos dias, um "tweet" dela tem feito versar rios de lágrimas: este tweet. Que pode ser resumido assim: uma equipa das Nações Unidas tem encontrado no meio do deserto um menino de 4 anos, Marwan, sozinho, perdido, afastado da família.
Vamos ler a notícia como relatada pelo diário O Tempo:

Uma equipe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados encontrou um menino de 4 anos andando sozinho por um deserto da Jordânia. Segundo as autoridades, a criança se chama Marwan e foi separada da família durante a tentativa de fugir da guerra na Síria.
Segundo um jornalista da rede americana CNN, que acompanhava o grupo da ONU, Marwan carregava apenas uma pequena sacola de plástico, que continha pequenos pedaços de comida e uma garrafinha de água.

Uma história terrível: o pequeno Marwan (já órfão?) abandonado enquanto vagueia no deserto, com apenas pequenos pedaços de comida e uma garrafinha de água. Mas fique descansado o Leitor, pois esta é uma história que acaba bem. Continua O Tempo:

Assim que encontrado, Marwan foi levado para um centro de pesquisas da ONU, na Jordânia, onde foi alimentado e medicado. A mesma equipe do Alto Comissariado já encontrou a família do garoto.


Eis a foto, com o pequeno Marwan, a equipa da ONU e, óbvio, a jornalista:

Ainda bem que estava a ONU nos arredores, ainda bem que a família foi encontrada. E ainda bem que estava aí uma jornalista para relatar a história toda. Mais: uma jornalista com um fotográfo.
Aliás: dois fotógrafos, o segundo um pouco mais distante, que tirou esta imagem:


A criatura na imagem ampliada é o menino perdido no meio do deserto, Marwan.
Poisé. Um membro das Nações Unidas esclareceu ao Guardian:

Deixem-me dizer em primeiro lugar que a criança encontrava-se temporariamente separada. Estava um pouco atrás da sua família. A sua família estava na frente e ele estava apenas a caminhar atrás. Esta é a história. Não era um menor desacompanhado ... ele estava literalmente 20 passos atrás.
Assim: nada de milagrosa intervenção da ONU, nada de Alto Comissariado que encontra a família do garoto. Nada, apenas a triste história duma das tantas famílias da Síria que abandonam um País atirado para a guerra; uma guerra escolhida não pelos sírios mas decidida em qualquer escritório da Administração dos Estados Unidos. Que agora enviam jornalistas dispostos a tudo para um lugar ao sol.
Era preciso?
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