quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Justiça venezuelana decide manter opositor preso


Nas proximidades da prisão onde está López, manifestantes demonstraram apoio ao opositor

O opositor Leopoldo López, dirigente do partido Vontade Popular e acusado pelo presidente Nicolás Maduro de ser autor intelectual da violência nos protestos vividos no país nos últimos dias, teve uma nova medida privativa de liberdade ditada na madrugada desta quinta-feira (20/02) e continuará na prisão, após ter se entregado na última terça.
A decisão do tribunal, que se deslocou até a prisão militar de Ramo Verde, onde se encontra López, veio depois de horas de espera pela audiência, que se realizou durante a noite.
Com a medida privativa de liberdade, há um prazo máximo de 45 dias em que o Ministério Público pode acusar, sobressair ou arquivar o caso, segundo informou um dos advogados do dirigente. Antes da confirmação de que López continuaria preso, manifestantes se reuniam em diferentes pontos de Caracas para protestar contra o governo, formando barricadas com fogo e fechando ruas.
Em um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na noite de ontem, Maduro disse que não aceita nenhum tipo de grupo armado. “Quem use armas em nome do movimento bolivariano vai ser preso, as armas da república estão com as Forças Armadas, eu assumo minha responsabilidade, onde haja indicações claras e as investigações conduzirem, que o poder judicial julgue e que condene”, afirmou.
“As ordens são muito claras de preservar a paz, o respeito, de construir convivência, amansar os loucos fascistas, amansá-los com a lei, com a autoridade”, expressou o chefe de Estado. “Os bolivarianos, patriotas, gente decente democrata deste país temos que manter a luta para derrotar essas bandas fascistas”, disse ele, durante um conselho de ministros no palácio presidencial.
Durante o discurso, Maduro informou que grupos estavam atacando uma torre da Cantv (serviço de telecomunicações do país) no estado venezuelano de Lara. Diversos edifícios estatais foram atacados na última semana. Segundo o governo, meios de transporte público como ônibus e estações de metrô também sofreram ataques, deixando feridos.
O presidente venezuelano sustenta que há um plano para levar o país ao “caos social, político e militar” para gerar uma “crescente espiral de ódio e confrontação de povo contra povo e logo justificar o injustificável, o chamado a uma intervenção militar nos assuntos internos da Venezuela”.
________________________________________________________

Nenhum comentário: