A triangulação societária não deixa dúvidas: Madex – Madeiras para Exportação Ltda foi formatada para servir de anteparo a transações irregulares, no mercado de derivados florestais.
No Uruguai, a “gata” tem outradenominação e composição social.
Registrada como Guavira S.A , cujo divisão societária de 95% é destinada a sócio não identificado, o contrato social não consta nenhum nome que represente a empresa naquele país.
E nem no Brasil.
A trajetória comercial da firma é tocada por procuradores, que têm seus nomes trocados de tempo em tempo,
Os outros 5% da sociedade registrados em nome de Carlos da Costa Borges, brasileiro, que vem a ser um ex-operador de máquina pesada que trabalhou em madeireiras regionais.
Sob a égide do contrato social, a responsabilidade e administração da empresa cabem ao sócio brasileiro.
O sócio uruguaio, dono de 95% das ações, não tem nenhuma responsabilidade jurídica sobre a mesma.
Em outra ponta das travessuras medonhas do grupo “empresarial” até agora não identificado, existe a Rinalburg S.A., registrada nas Juntas Comerciais da França e, também, do Uruguai.
Essa empresa tem negócios em diversos países da África, inclusive Costa do Marfim e África do Sul.
Há situações em que um francês, identificado pelo nome de Bruno Romary se apresenta como dono da Rinalburg e Madex -, embora este nome não apareça em nenhum documento da Madex, Guavira ou Rinalburg.
Autoridades suspeitam da idoneidade dessa denominação, chegando a insinuar de que o suposto dono das três empresas tenha utilizado indevidamente o nome de um cantor homônimo francês, Bruno Romary, que nada tem a ver com o personagem misterioso,
Esse moço francês chamado Bruno Romary, teve suas pegadas identificadas em Marabá, falando em nome da Madex.
Aqui no município, usando a atividade madeireira como foco de suas ações, a Madex deitou e rolou, enquanto teve espaço para transitar.
As broncas começaram a surgir desde o momento em que fornecedores passaram a acumular passivos altos em razão do não pagamento de suas vendas à Madex.
Dívidas contraídas pela empresa, no comercio de Marabá, além de outros fornecedores regionais, já passam de R$ 1 milhão.
No início deste ano, um fornecedor de madeiras de Paragominas credor de mais de R$ 400 mil em cheques sem fundos da Madex, adentrou na sede da empresa, em Marabá, com pistoleiros e arrestou duas maquina da marca Dambrozi.
Para que não ocorressem mais arrestos na marra, o acionista minoritário, Carlos Borges deixou a chave do galpão da empresa com o delegado da Cidade Nova.
Este fato tem B.O. na Policia Civil
Há registro, também, de dividas por sonegação junto à Previdência Social superiores a R$ 8 milhões.
A firma deixou de recolher FGTS de 80 funcionários da empresa, durante 1 ano e oito meses.
Quando começaram a estourar denúncias em todos os cantos da atividade irregular da empresa, Bruno Romary cortou seus contatos com a Madex, ficando toda a responsabilidade dos destemperos nas costas de Carlos da Costa Borges.
Os funcionários estão sem receber salários de novembro,dezembro, décimo- terceiro, e parte de janeiro, quando a firma fechou as portas.
Os empregados, no desespero, buscam, na Justiça do Trabalho, seus direitos.
Advogado constituído pelo grupo de trabalhadores tenta a liberação de imediato do FGTS depositado em suas contas, “para que possamos aguardar com alguma tranquilidade, a solução desse impasse, com o reconhecimento de nossos direitos”, revela um dos empregados
Outra alternativa buscada pelos ex-empregados é a venda do galpão onde funcionava a empresa, localizado à rodovia Transamazônica, Km 02.
Poster levantou nas quatro varas de Marabá, o numero de 48 processos trabalhistas em regime de instrução e condenações
Faturamento e evasão de divisas
A venda cruzada da Madex, em todo processo de comercialização, era feita quase exclusivamente às duas empresas do Uruguai e França.
Somente em 2013, a firma domiciliada em Marabá faturou cerca de R$ 12 milhões, com venda média mensal de R$ 1 milhão, na comercialização de madeira beneficiada, embarcada para cliente único, exatamente a Rinalburg S.A, com sede em Rouem -, cidade onde Joana D´Arc foi queimada pela Igreja Católica -, na França.
Só que essa venda para a França era cobrada no Uruguai, diretamente à outra Rinalbur, filial com sede no país sulamericano.
Em 2011, houve um processo na Policia Federal pelo crime de evasão de divisas contra Bruno Romary, que foi paralisado depois de manobras feitas por advogados.
No mesmo período cujo processo tramitava, Bruno Romary deixou de vir ao Brasil, temendo a apreensão de seu passaporte.
Os procuradores da Mardex, normalmente contadores prestadores de serviço, recebiam para assinar por uma empresa que desconheciam, assumindo, por isso, responsabilidades que estão lhes dando muita dor de cabeça, atualmente.
Em cartório de Marabá, existem mais de trezentos títulos protestados, em nome da Madex.
O sócio brasileiro da aventura, Carlos da Costa Borges, é quem ficou com a dinamite na mão, já que nesse jogo de espertezas, ele não passa de um “laranja”.
Autoridades que investigam a Madex tem motivos mais que suficientes para desconfiarem da existência de outras transações tenebrosas, por trás da venda de madeira.
Cuidadosos, agentes da Justiça com quem o poster conversou não afirmam categoricamente da possibilidade de uso da estrutura de comercialização de madeira como pano de cortina para encobertar, quem sabe, até o tráfico de drogas.
Essa probabilidade, no entanto, está sendo investigada.
Amanhã, o blog divulgará sentença do juiz César Lins, decretando o bloqueio de imóvel da empresa Madex comprometido por agiotagem que resultou no desemprego de mais de 80 famílias.
Abaixo, cópia do Contrato Social da Madex
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