Porque será que a mídia não quis investigar o caso do helicóptero dos Perrelas ?
Por : Paulo Nogueira
Se você me pergunta qual foi o maior papelão da mídia brasileira em 2013 respondo com meia tonelada de motivos que foi o caso do helicóptero dos Perrelas.
Só no Brasil 500 quilos de cocaína não são notícia.
Na Indonésia, uma senhora britânica de 56 anos foi condenada à morte, por fuzilamento, por ser presa com cinco quilos de cocaína. Cem vezes menos, portanto.
Na mídia de Londres, ela é chamada de “Vovó Inglesa’, por ter netos. Sua defesa ainda luta para transformar a pena de morte em prisão perpétua.
Na Indonésia, como na China, a lei é extraordinariamente severa com o tráfico de drogas em consequência dos traumas sofridos no século 19, quando os britânicos impuseram, na base dos canhões, aos asiáticos o consumo de ópio. Essa página obscena do império britânico passaria à história como as Guerras do Ópio, sobre as quais escrevi algumas vezes no DCM.
Longe de mim sugerir rigor asiático no combate ao tráfico.
Mas, jornalisticamente, 500 quilos de cocaína não são nada? Pelo comportamento da mídia brasileira, não são nada.
Ninguém se esforçou, então, para trazer luz para o escândalo. Ao contrário, todo mundo tentou esconder a notícia, provavelmente para preservar Aécio Neves, amigos dos Perrelas e conhecido festeiro.
Todos sabem o que teria ocorrido caso os donos do helicóptero fossem amigos não de Aécio, mas de Lula, ou Dirceu.
Na ausência de qualquer esforço investigativo, o assunto foi minguando e hoje é quase nada.
O helicóptero foi, simplesmente, engavetado.
No futuro próximo, a internet terá recursos suficientes para bancar investigações que a mídia corporativa não quer fazer. Ou o crowdfunding – o financiamento da comunidade de leitores – ou a publicidade trará dinheiro que hoje é escasso.
Até lá, as pessoas interessadas em jornalismo independente e informação isenta terão que conviver com coisas estapafúrdias como este caso.
Notícia, para a mídia ‘livre’, é aquilo que é favorável a ela ou a seu grupo de amigos e parceiros, e desfavorável para seus desafetos.
Compare a cobertura dada ao helicóptero com a cobertura dada a uma oferta de emprego para Dirceu, e você vai entender o que move a mídia.
Por isso ela é tão desacreditada.
E por ser tão revelador do espírito bipolar das grandes companhias jornalísticas, o caso do helicóptero é o Fracasso do Ano da mídia brasileira.
Se você me pergunta qual foi o maior papelão da mídia brasileira em 2013 respondo com meia tonelada de motivos que foi o caso do helicóptero dos Perrelas.
Só no Brasil 500 quilos de cocaína não são notícia.
Na Indonésia, uma senhora britânica de 56 anos foi condenada à morte, por fuzilamento, por ser presa com cinco quilos de cocaína. Cem vezes menos, portanto.
Na mídia de Londres, ela é chamada de “Vovó Inglesa’, por ter netos. Sua defesa ainda luta para transformar a pena de morte em prisão perpétua.
Na Indonésia, como na China, a lei é extraordinariamente severa com o tráfico de drogas em consequência dos traumas sofridos no século 19, quando os britânicos impuseram, na base dos canhões, aos asiáticos o consumo de ópio. Essa página obscena do império britânico passaria à história como as Guerras do Ópio, sobre as quais escrevi algumas vezes no DCM.
Longe de mim sugerir rigor asiático no combate ao tráfico.
Mas, jornalisticamente, 500 quilos de cocaína não são nada? Pelo comportamento da mídia brasileira, não são nada.
Ninguém se esforçou, então, para trazer luz para o escândalo. Ao contrário, todo mundo tentou esconder a notícia, provavelmente para preservar Aécio Neves, amigos dos Perrelas e conhecido festeiro.
Todos sabem o que teria ocorrido caso os donos do helicóptero fossem amigos não de Aécio, mas de Lula, ou Dirceu.
Na ausência de qualquer esforço investigativo, o assunto foi minguando e hoje é quase nada.
O helicóptero foi, simplesmente, engavetado.
No futuro próximo, a internet terá recursos suficientes para bancar investigações que a mídia corporativa não quer fazer. Ou o crowdfunding – o financiamento da comunidade de leitores – ou a publicidade trará dinheiro que hoje é escasso.
Até lá, as pessoas interessadas em jornalismo independente e informação isenta terão que conviver com coisas estapafúrdias como este caso.
Notícia, para a mídia ‘livre’, é aquilo que é favorável a ela ou a seu grupo de amigos e parceiros, e desfavorável para seus desafetos.
Compare a cobertura dada ao helicóptero com a cobertura dada a uma oferta de emprego para Dirceu, e você vai entender o que move a mídia.
Por isso ela é tão desacreditada.
E por ser tão revelador do espírito bipolar das grandes companhias jornalísticas, o caso do helicóptero é o Fracasso do Ano da mídia brasileira.
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