Grupos armados sunitas fazem guarda em frente à casa de deputado na cidade de Ramadi, dias
antes do conflito ter se generalizado. Metade de Fallujah foi tomadas por insurgentes; dezenas
de caminhões com homens armados foram vistos nas áreas.
Grupo insurgentes vinculados à rede terrorista Al Qaeda obtiveram o controle nesta quinta-feira (02/01) de metade da cidade iraquiana de Fallujah (centro do país e a 69 km a oeste da capital Bagdá) e algumas áreas de Ramadi, na mesma região. As informações são da agência de notícias France Presse através de fontes das forças de segurança iraquianas e testemunhas.
"Metade de Fallujah está nas mãos do EIIL (Estado Islâmico do Iraque e Levante) e outra metade nas mãos de homens armados ligados aos clãs tribais", segundo fonte do ministério do Interior.
Uma testemunha em Fallujah, cidade que possui mais de 300 mil habitantes, afirmou que os insurgentes estabeleceram postos de controle no centro e na zona sul de Fallujah.
"Em Ramadi a situação é parecida - algumas zonas estão controladas pelo EEIL e outras por homens armados tribais", afirmou a fonte ministerial a respeito da capital da província de Anbar.
Um correspondente da France Presse em Ramadi observou dezenas de caminhões com homens armados na zona leste da cidade que cantavam o hino do EEIL. A letra afirma que o "Estado Islâmico permanece" e "nosso estado é vitorioso".
Os militantes exibiam bandeiras negras com as palavras "Alá Rasul Mohamed", utilizadas pelos grupos jihadistas.
Os confrontos foram iniciados na segunda-feira (30/12) em Ramadi, após o desmantelamento pelas forças oficiais de um acampamento de opositores sunitas, e prosseguiram por mais dois dias.
Na quarta-feira (1º), os manifestantes enfrentaram as forças oficiais e incendiaram várias delegacias.
A violência chegou a Fallujah onde a polícia abandonou a maioria de suas posições na quarta-feira e os insurgentes queimaram algumas delegacias.
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, anunciou na terça-feira (31) a retirada do exército das cidades conturbadas da província de Anbar, mas mudou de ideia no dia seguinte.
As forças armadas permaneciam nesta quinta-feira (02) nas proximidades de Ramadi.
O fim do acampamento dos opositores foi uma vitória para Maliki, que há muito tempo desejava acabar com o que chamava de "sede da liderança da Al Qaeda".
Mas a operação teve um alto custo para a segurança em Anbar. O fim do local representou o fim de um sinal físico da discriminação denunciada pelos sunitas, mas o conflito do grupo com as forças de segurança permanece sem solução.
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