sábado, 25 de janeiro de 2014

CONTRA PADILHA, FOLHA ADERE AO "BOLSA-CRACK"


Segundo o jornal da família Frias, o preço da pedra de crack dobrou no dia de pagamento do 
benefício oferecido pela prefeitura de São Paulo aos dependentes químicos acolhidos pela 
Operação Braços Abertos; reportagem da Rede Brasil Atual, no entanto, informa que muitos 
dos viciados enxergam no trabalho oferecido pela cidade uma oportunidade de largar o vício; 
motivo da guerra política é um só: fragilizar a candidatura de Alexandre Padilha, que visitou a 
Cracolândia, onde, segundo Reinaldo Azevedo, os traficantes estão em festa; quem tem razão?

247 - A Operação Braços Abertos, da prefeitura de São Paulo, pode se transformar num dos principais instrumentos da guerra política em 2014, quando o ministro Alexandre Padilha e o governador Geraldo Alckmin devem se enfrentar pelo Palácio dos Bandeirantes.
Reportagem deste sábado da Folha de S. Paulo compra a tese de que o programa, na prática, é apenas uma "Bolsa-Crack". O preço da pedra de crack chegou a dobrar já no primeiro dia de pagamento dos 302 usuários da cracolândia que trabalham no programa Braços Abertos, da prefeitura. A pedra, que custava R$ 10, sofreu variação de preço na tarde de ontem e chegou a custar até R$ 20, segundo relatos de usuários à Folha no fluxo (leia aqui)."
O que a Folha mostra, no entanto, é totalmente distinto do cenário apontado pela Rede Brasil Atual, na reportagem "Participantes da Braços Abertos decidem depositar o primeiro salário no banco". Leia um trecho abaixo:

Os participantes do programa Braços Abertos receberam hoje (24) o salário correspondente aos primeiros oito dias de trabalho, de R$ 120. O pagamento foi feito por funcionários da Secretaria Municipal de Assistência Social no Intituto dom Bosco, no Bom Retiro, na região central.
Segundo a administração Fernando Haddad (PT), de 300 dependentes químicos inscritos no projeto iniciado na semana passada, 292 continuam participando. Desde a semana passada, quando foram removidos os barracos usados como moradia nas ruas Dino Bueno e Helvétia, eles moram em cinco hotéis alugados pela prefeitura. Os participantes têm direito a três refeições diárias e salário de R$ 15 por dia de trabalho na varrição e na zeladoria de ruas praças, com carga de 4 horas diárias, mais duas de qualificação profissional.
“Não vou ficar com o dinheiro. Vou procurar o banco e ficar só com R$ 20 no bolso”, disse o participante Renato Pereira, o Tim, um dos primeiros a receber o salário, que será pago sempre às sextas-feiras. Outros dependentes também tomaram essa decisão para evitar que, num momento de vontade, acabem utilizando os recursos para comprar drogas. Alguns deles conseguiram passar os últimos dias sem consumir crack. "Eu vou depositar cem para minha filha o resto vou investir", afirmou Tatiane Silva. Há um ano na rua, ela quer voltar a trabalhar como manicure. Já Fábio dos Santos irá comprar roupas e visitar a família na Bahia. Ele conta que nos primeiros dias sentiu o peso dos oito anos de rua sobre seu corpo de 32 durante o trabalho, mas que agora está motivado a continuar.

O que há por trás de visões tão distintas? Para lideranças petistas, como o provável futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, as formas de encarar a questão das drogas são, hoje, a principal diferença entre PT e PSDB. Diz ele que, enquanto petistas pregam “solidariedade e respeito”, tucanos defendem “o projeto da segregação e da indiferença”.
Nesta semana, Alexandre Padilha visitou a Cracolândia e conversou com os dependentes. A polícia civil disparou balas de borracha contra eles. Enfraquecer o programa e tirar sua credibilidade também atende a interesses políticos. Segundo Reinaldo Azevedo, que dispensa apresentações, os traficantes "estão em festa". 
Foi o que ele disse ao repercutir a reportagem deste sábado da Folha (leia aqui).
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