Rosell e Neymar
Por : Scott Moore
Ladies & Gentlemen:
Não é o caso de dizer que Sandro Rosell durou pouco na presidência do Barcelona, que assumiu há dois anos e meio apenas.
O que chama a atenção, ao contrário, é como ele pode ter durado tanto com uma folha corrida tão manchada.
Há dois anos pelo menos já se sabia quem ele era. Vazou, então, que ele depositara um cheque no valor de 3,8 milhões de reais na conta da filha de 11 anos de seu amigo Ricardo Teixeira, velho conhecido de vocês.
Na CBF, como vocês, brasileiros sabem melhor que eu, Teixeira transformou a seleção brasileira numa máquina de fazer dinheiro – para ele mesmo.
O marco zero foi o multimilionário contrato de patrocínio assinado em 1996 entre a CBF e a Nike, então comandada no Brasil exatamente por Rosell.
Ladies & Gentlemen: quem pode alegar ser apanhado de surpresa por uma trapaça de Rosell, diante de seus antecedentes?
Um homem não é mais nem menos do que os amigos que tem. E quem tem como amigo Ricardo Teixeira não pode ser muito diferente dele.
A justiça espanhola suspeita de fraude na negociação que levou Neymar para o Barcelona. Neymar teria custado quase o dobro do valor declarado. O que foi oculto, suspeitam os espanhois, acabou em várias contas, a principal das quais a de Rosell.
Segundo um amigo do jornalismo esportivo espanhol me conta, Rosell se demitiu do Barcelona para tentar evitar problemas maiores. Caso seja considerado culpado pela justiça, ele pode ficar alguns anos na cadeia.
Meu compatriota e colega de profissão Andrew Jennings, um jornalista incansável quando se trata de mostrar a corrupção na Fifa, uma vez disse o seguinte numa entrevista a uma emissora brasileira: “Quando o governo vai dizer para o Ricardo Teixeira ‘chega’? Não sou eu que estou sendo roubado por conta dos impostos que não são pagos e outras coisas. São vocês.”
Os espanhóis, aparentemente, disseram ‘chega’ a Rosell, ainda que com atraso. Para voltar à indagação de Jennings, não sei se o governo de vocês está cobrando os impostos que Ricardo Teixeira deixou de pagar.
Suspeito que não.
Sincerely.
Scott
Ladies & Gentlemen:
Não é o caso de dizer que Sandro Rosell durou pouco na presidência do Barcelona, que assumiu há dois anos e meio apenas.
O que chama a atenção, ao contrário, é como ele pode ter durado tanto com uma folha corrida tão manchada.
Há dois anos pelo menos já se sabia quem ele era. Vazou, então, que ele depositara um cheque no valor de 3,8 milhões de reais na conta da filha de 11 anos de seu amigo Ricardo Teixeira, velho conhecido de vocês.
Na CBF, como vocês, brasileiros sabem melhor que eu, Teixeira transformou a seleção brasileira numa máquina de fazer dinheiro – para ele mesmo.
O marco zero foi o multimilionário contrato de patrocínio assinado em 1996 entre a CBF e a Nike, então comandada no Brasil exatamente por Rosell.
Ladies & Gentlemen: quem pode alegar ser apanhado de surpresa por uma trapaça de Rosell, diante de seus antecedentes?
Um homem não é mais nem menos do que os amigos que tem. E quem tem como amigo Ricardo Teixeira não pode ser muito diferente dele.
A justiça espanhola suspeita de fraude na negociação que levou Neymar para o Barcelona. Neymar teria custado quase o dobro do valor declarado. O que foi oculto, suspeitam os espanhois, acabou em várias contas, a principal das quais a de Rosell.
Segundo um amigo do jornalismo esportivo espanhol me conta, Rosell se demitiu do Barcelona para tentar evitar problemas maiores. Caso seja considerado culpado pela justiça, ele pode ficar alguns anos na cadeia.
Meu compatriota e colega de profissão Andrew Jennings, um jornalista incansável quando se trata de mostrar a corrupção na Fifa, uma vez disse o seguinte numa entrevista a uma emissora brasileira: “Quando o governo vai dizer para o Ricardo Teixeira ‘chega’? Não sou eu que estou sendo roubado por conta dos impostos que não são pagos e outras coisas. São vocês.”
Os espanhóis, aparentemente, disseram ‘chega’ a Rosell, ainda que com atraso. Para voltar à indagação de Jennings, não sei se o governo de vocês está cobrando os impostos que Ricardo Teixeira deixou de pagar.
Suspeito que não.
Sincerely.
Scott
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