sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Brasil é o quarto maior responsável pelo aquecimento global, diz estudo



O Brasil teria sido culpado pela elevação de 0,049⁰C nas temperaturas desde 1906, ou cerca de 7% do total do aquecimento global verificado no período, algo em torno de 0,74⁰C. Isso colocaria o país como o quarto maior responsável histórico pelo fenômeno, uma posição surpreendente e que vai contra o consenso de que as economias emergentes só agora, com o aumento de sua industrialização, estariam contribuindo significantemente para o aquecimento global.
Quem está fazendo essa afirmação são pesquisadores canadenses, que publicaram no periódico Environmental Research Letters o estudo “National contributions to observed global warming”.
Os autores, da Universidade de Concórdia, no Canadá, apresentam uma nova metodologia que promete medir a contribuição de cada tipo de emissão de gás do efeito estufa (GEEs), como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, na elevação das temperaturas.
Segundo essa lógica, os Estados Unidos aparecem como o maior responsável pelo aquecimento global, com 0,151⁰C, ou 22% do total. Em seguida vem a China, com 0,063⁰C, 9%, a Rússia, com 0,059⁰C, 8%, o Brasil, com 0,049⁰C, 7%, e a Índia, com 0,047⁰C, 7%.
Os países europeus aparecem como os grandes favorecidos pela metodologia, com gigantes industriais como Inglaterra e Alemanha sendo apontados como responsáveis por apenas 5% do aquecimento, 0,032⁰C e 0,033⁰C, respectivamente.
“É surpreendente ver nações menos industrializadas nas primeiras posições, mas isso reflete suas emissões relacionadas ao desmatamento”, diz Damon Matthews, principal autor do estudo.
A metodologia adotada é particularmente rigorosa com emissões do uso da terra, uma vez que mudanças na cobertura florestal são computadas de forma cumulativa nas emissões históricas de cada país.
Dessa forma, mesmo países que até hoje apresentam pouca industrialização, como Nigéria e Tailândia, aparecem entre os 20 maiores responsáveis pelo aquecimento global. Porém, quando é calculada a proporção per capita, é a Inglaterra que se torna a grande vilã, seguida por Estados Unidos, Canadá, Rússia e Alemanha.
Os autores destacam que não querem que esses novos dados sirvam para a troca de acusações entre os países nas negociações climáticas internacionais, mas que sejam utilizados para orientar políticas de redução das emissões.
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