segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Rei do Camarote da Veja


Trata-se de um típico herói da Veja. Um exemplar da elite paulista (a pior elite do mundo, segundo o Mino). Bebe e dirige. O que ele lê ? Em quem ele vota ?

Por Luis Nassif

O vídeo do tal “Rei do Camarote” – capa da Veja-SP – está gerando campanhas de Facebook contra o tal empresário.
É crônica de uma morte anunciada.
No rosto, no olhar inseguro, nos afagos dos puxa-sacos, nos requebros desengonçados, é evidente um sujeito instável, frágil como um pilar de cristal prestes a quebrar, sustentando uma tonelada de expectativas familiares frustradas.
Não é de hoje que esse tipo de jornalismo explora a figura do alpinista social ou dos novos ricos sem pedigree. É fórmula fulminante, que gera leitura e repercussão, garante tiragem para a revista e desmoralização para os ricos de grana e pobres de discernimento.
Se uma revista tipo a Piauí dedicar um de seus belos perfis ao Alexandre, não encontrará nada diferente de outros candidatos a celebridades.
Pelo aperitivo, é rico sem pedigree. Ou seja, a família venceu dando murros, abrindo caminho à força, por mérito próprio ou por picadas pouco visíveis. Seja qual for a origem da fortuna, de agora em diante será dissecada.
Essas epopeias familiares nascem de pais fortes, sem complexo de inferioridade, com garra superior à dos que entram na vida empresarial escorados nas redes de proteção das relações sociais e familiares.
Esses pais exigem a mesma garra dos filhos.
Por conta da ascensão econômica, os filhos passam a frequentar novos ambientes sociais. E entram em um mundo estranho, de milionários como eles, mas com história, verniz e maneiras mais sutis de atender a egos inflados. E, aí, o complexo explode o ego em mil pedaços.
Sente-se inferiorizado no novo ambiente, em que todos são ricos, mas alguns têm pedigree e sente-se inferiorizado no ambiente familiar, em provável disputa com irmãos mais fortes que atenderam às expectativas dos pais.
A única saída será procurar outro ambiente, no qual possa se destacar pelo único diferencial que tem: o dinheiro. E aí se mete até o pescoço no ridículo.
Mas o pior está por vir. O processo de criação de celebridades traz no seu bojo o prazer da destruição posterior. São os dois momentos de maior destaque do grande show da mídia: o momento da criação e o momento da destruição do personagem.
Que as empresas desse pobre coitado tenham total solidez e que o caminho familiar para a fortuna tenha total transparência para poder resistir à devassa que se seguirá a esse show de ridículo.

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