Nilton Santos
Por : Paulo Nogueira
Nilton Santos, morto hoje aos 88 anos, era tão bom que seu apelido era Enciclopédia.
Para muitos ele foi o maior lateral esquerdo da história do futebol. Alto, desempenado, precursor do que hoje é conhecido como ala, ele pertenceu a um dos maiores times que já existiram, o Botafogo de Garrincha. Foi bicampeão mundial, primeiro em 1958 e depois em 1962.
Era clássico, era elegante – e era extraordinariamente inteligente. Na Copa de 1962, cometeu um pênalti contra a Espanha. Imediatamente, braços erguidos, deu dois passos para fora da área, e o juiz marcou apenas falta.
Via longe. Num treino do Botafogo, foi infernizado por um ponta direita que tentava ser contratado. “Quando acabou o treino, no vestiário, eu falei para o (técnico) Gentil Cardoso: ‘Olha, não sei se algum lateral vai conseguir parar esse ponta-direita aí, mas eu não vou”, diria depois Nilton Santos. “Prefiro estar no time dele. Melhor contratar antes que ele vá para outro clube.’”
Era Garrincha.
Nilton Santos era também um homem de fibra e de honra. Em 1964, ano em que se retirou, não aceitou passivemente o dedo no rosto que o juiz Armando Marques, célebre pela seu talento histérico, pôs em seu rosto.
Deu-lhe um tapa na cara num Maracanã em que havia gente pendurada até no lustre, como escreveu Nelson Rodrigues.
Crucificaram-no.
Quem saiu em sua defesa, enfático, foi exatamente Nelson Rodrigues. Um dedo no rosto, disse NR, é uma agressão tão forte quanto um tapa na cara. Um homem não pode aceitar isso.
“Se houvesse justiça real, um jogador que se portou como um homem teria de ser desagravado, promovido, premiado”, escreveu Nelson Rodrigues.
Nilton Santos se aposentou logo depois. Já era veterano, um quase quarentão numa época em que os jogadores aos 30 já estavam no final da linha.
Tentou a carreira de treinador, mas nela jamais chegou perto do que fizera no campo.
Para muitos, foi vítima de uma escandalosa injustiça quando não foi incluído por Pelé numa lista dos 100 maiores jogadores de todos os tempos. A lista foi encomendada pela Fifa a Pelé.
Entrevistado pela mídia, ele não se queixou de Pelé. Sabia que o problema estava na lista de Pelé, repleta de absurdos feitos para agradar a Fifa, e não nele, a Enciclopédia, o maior lateral esquerdo que já pisou num gramado.
Nilton Santos, morto hoje aos 88 anos, era tão bom que seu apelido era Enciclopédia.
Para muitos ele foi o maior lateral esquerdo da história do futebol. Alto, desempenado, precursor do que hoje é conhecido como ala, ele pertenceu a um dos maiores times que já existiram, o Botafogo de Garrincha. Foi bicampeão mundial, primeiro em 1958 e depois em 1962.
Era clássico, era elegante – e era extraordinariamente inteligente. Na Copa de 1962, cometeu um pênalti contra a Espanha. Imediatamente, braços erguidos, deu dois passos para fora da área, e o juiz marcou apenas falta.
Via longe. Num treino do Botafogo, foi infernizado por um ponta direita que tentava ser contratado. “Quando acabou o treino, no vestiário, eu falei para o (técnico) Gentil Cardoso: ‘Olha, não sei se algum lateral vai conseguir parar esse ponta-direita aí, mas eu não vou”, diria depois Nilton Santos. “Prefiro estar no time dele. Melhor contratar antes que ele vá para outro clube.’”
Era Garrincha.
Nilton Santos era também um homem de fibra e de honra. Em 1964, ano em que se retirou, não aceitou passivemente o dedo no rosto que o juiz Armando Marques, célebre pela seu talento histérico, pôs em seu rosto.
Deu-lhe um tapa na cara num Maracanã em que havia gente pendurada até no lustre, como escreveu Nelson Rodrigues.
Crucificaram-no.
Quem saiu em sua defesa, enfático, foi exatamente Nelson Rodrigues. Um dedo no rosto, disse NR, é uma agressão tão forte quanto um tapa na cara. Um homem não pode aceitar isso.
“Se houvesse justiça real, um jogador que se portou como um homem teria de ser desagravado, promovido, premiado”, escreveu Nelson Rodrigues.
Nilton Santos se aposentou logo depois. Já era veterano, um quase quarentão numa época em que os jogadores aos 30 já estavam no final da linha.
Tentou a carreira de treinador, mas nela jamais chegou perto do que fizera no campo.
Para muitos, foi vítima de uma escandalosa injustiça quando não foi incluído por Pelé numa lista dos 100 maiores jogadores de todos os tempos. A lista foi encomendada pela Fifa a Pelé.
Entrevistado pela mídia, ele não se queixou de Pelé. Sabia que o problema estava na lista de Pelé, repleta de absurdos feitos para agradar a Fifa, e não nele, a Enciclopédia, o maior lateral esquerdo que já pisou num gramado.
_________________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário