O senador Zezé Perrella (PDT-MG), Senador Aécio Neves (PSDB-MG) e filho do senador Gustavo Perrella (Solidariedade)
Por Renato Rovai
Ontem os portais destacavam com excessivo cuidado que o helicóptero de um deputado havia sido apreendido com 450 kg de cocaína. Depois informaram que o piloto havia viajado sem autorização dos proprietários. E agora, registram que o piloto nega o fato.
Deputado e 450 quilos de cocaína. Será esse um fato tão comum que não merece tanto destaque? Principalmente se vier a se levar em consideração que este deputado é filho de um senador aliadíssimo de um candidato a presidente da República?
Estamos falando dos Perrellas e do presidente do PSDB, Aécio Neves. Aliados políticos históricos.
Mas vamos lá. Vamos imaginar que um dos filhos de Marta Suplicy fosse deputado. E um helicóptero dele fosse apreendido pela PF com 450 quilos de cocaína. Você acha que este fato teria a mesma cobertura discreta e cuidadosa que o dos Perrellas está tendo? Você acha que o Uol daria apenas registros aqui e ali do caso? Ou acha que a casa da atual ministra teria filas de repórteres tentando pular o muro para falar com ela?
Talvez o exemplo não seja o melhor. Tentemos, pois, outro exercício hipotético. Imagine que ao invés do helicóptero do filho de Marta Suplicy fosse o de um irmão do senador carioca Lindbergh. O que você acha que aconteceria? Quantos minutos isso renderia no Jornal Nacional? Quantas páginas do jornal O Globo?
Mas podemos ir ainda mais longe. Imagine que o helicóptero fosse de alguém que tivesse relação com o ex-presidente Lula. Alguém, por exemplo, que tivesse feito churrasco na casa dele uma ou outra vez. O que será que aconteceria com Lula e com o suposto churrasqueiro de Lula?
Como você acha que seria a cobertura dessa história se o avião fosse do Zeca Dirceu, deputado pelo Paraná e filho de José Dirceu? Ou de um filho do vereador Donato, que ontem voltou à Câmara para enfrentar do legislativo a quadrilha do ISS? Ou se fosse da Miruna, filha de José Genoíno?
Não se deve responsabilizar os Perrellas, Aécio ou quem quer que seja sem que seja realizada uma investigação cuidadosa. E não é disso que se trata aqui. Há, porém, indícios, que ensejam uma cobertura bem mais atenta do que a que foi feita até agora pelos principais veículos da mídia tradicional. São 450 quilos de cocaína. Não são meia dúzia de sacolinhas. É coisa de uma quadrilha extremamente profissional. E essa imensa quantidade de droga era transportada num helicóptero de uma família tradicional da política mineira.
A questão é que a cobertura midiática só tem se interessado por aquilo que leve à criminalização do PT. Independente do mérito. O que importa não é mais o crime, mas a legenda do criminoso. E por isso Demóstenes Torres flanava todo pimpão por aí. Fazendo discursos moralistas e ao mesmo tempo armando falcatruas com Cachoeira.
Aliás, você ouviu falar de Cachoeira e Demóstenes por aí? Você viu a indignação da direção do PSDB com a investigação do escândalo do metrô de SP? Pois é. É disso que se trata. Eles sabem que são midiaticamente impunes.
Por Renato Rovai
Ontem os portais destacavam com excessivo cuidado que o helicóptero de um deputado havia sido apreendido com 450 kg de cocaína. Depois informaram que o piloto havia viajado sem autorização dos proprietários. E agora, registram que o piloto nega o fato.
Deputado e 450 quilos de cocaína. Será esse um fato tão comum que não merece tanto destaque? Principalmente se vier a se levar em consideração que este deputado é filho de um senador aliadíssimo de um candidato a presidente da República?
Estamos falando dos Perrellas e do presidente do PSDB, Aécio Neves. Aliados políticos históricos.
Mas vamos lá. Vamos imaginar que um dos filhos de Marta Suplicy fosse deputado. E um helicóptero dele fosse apreendido pela PF com 450 quilos de cocaína. Você acha que este fato teria a mesma cobertura discreta e cuidadosa que o dos Perrellas está tendo? Você acha que o Uol daria apenas registros aqui e ali do caso? Ou acha que a casa da atual ministra teria filas de repórteres tentando pular o muro para falar com ela?
Talvez o exemplo não seja o melhor. Tentemos, pois, outro exercício hipotético. Imagine que ao invés do helicóptero do filho de Marta Suplicy fosse o de um irmão do senador carioca Lindbergh. O que você acha que aconteceria? Quantos minutos isso renderia no Jornal Nacional? Quantas páginas do jornal O Globo?
Mas podemos ir ainda mais longe. Imagine que o helicóptero fosse de alguém que tivesse relação com o ex-presidente Lula. Alguém, por exemplo, que tivesse feito churrasco na casa dele uma ou outra vez. O que será que aconteceria com Lula e com o suposto churrasqueiro de Lula?
Como você acha que seria a cobertura dessa história se o avião fosse do Zeca Dirceu, deputado pelo Paraná e filho de José Dirceu? Ou de um filho do vereador Donato, que ontem voltou à Câmara para enfrentar do legislativo a quadrilha do ISS? Ou se fosse da Miruna, filha de José Genoíno?
Não se deve responsabilizar os Perrellas, Aécio ou quem quer que seja sem que seja realizada uma investigação cuidadosa. E não é disso que se trata aqui. Há, porém, indícios, que ensejam uma cobertura bem mais atenta do que a que foi feita até agora pelos principais veículos da mídia tradicional. São 450 quilos de cocaína. Não são meia dúzia de sacolinhas. É coisa de uma quadrilha extremamente profissional. E essa imensa quantidade de droga era transportada num helicóptero de uma família tradicional da política mineira.
A questão é que a cobertura midiática só tem se interessado por aquilo que leve à criminalização do PT. Independente do mérito. O que importa não é mais o crime, mas a legenda do criminoso. E por isso Demóstenes Torres flanava todo pimpão por aí. Fazendo discursos moralistas e ao mesmo tempo armando falcatruas com Cachoeira.
Aliás, você ouviu falar de Cachoeira e Demóstenes por aí? Você viu a indignação da direção do PSDB com a investigação do escândalo do metrô de SP? Pois é. É disso que se trata. Eles sabem que são midiaticamente impunes.
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