terça-feira, 5 de novembro de 2013

Haddad bancou parte de investigação do próprio bolso


“Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) pagou com recursos próprios o aluguel da sala 
ao lado do local onde os envolvidos no esquema de corrupção junto a empreiteiras e construtoras 
se encontravam para repartir o dinheiro obtido ilegalmente, o chamado “ninho”; a manobra de 
pagar a locação da sala e o seguro-fiança do próprio bolso, juntamente com o controlador-geral, 
Mário Vinicius Spinelli, teria sido engendrada para não levantar suspeitas acerca da 
investigação em andamento.

247 - Além dos quatro integrantes da quadrilha que já foram presos, vários auditores e fiscais da prefeitura de São Paulo estão sendo investigados por terem patrimônio incompatível com seus rendimentos; prefeito Fernando Haddad fala em "acerto de contas" com o passado e pode estar começando a desmontar uma das mais sedimentadas máquinas de corrupção do País, que seus antecessores, Gilberto Kassab e José Serra, deixaram intocada.
 O estouro de uma quadrilha na cúpula da máquina de arrecadação da prefeitura de São Paulo, que culminou com a prisão de quatro técnicos da receita municipal, pode ter sido apenas o começo do desmonte de uma das maiores máquinas de corrupção do País. A gestão do prefeito Fernando Haddad investiga outros 42 auditores fiscais da maior cidade do País, que também acumularam patrimônio incompatível com seus rendimentos.
Todas as investigações vêm sendo conduzidas pela controladoria-geral do município, comandada por Mário Vinícius Spinelli, e podem redundar em novas prisões. Contra três auditores há indícios de corrupção ativa e passiva, além de improbidade administrativa (leia aqui reportagem a respeito do tema na Folha). Vários deles têm patrimônio superior a R$ 3 milhões e um é até dono de uma mineradora no Piauí. Vários prosperaram ao longo de décadas, ocupando posições estratégicas na máquina municipal, seja nas gestões dos antecessores Gilberto Kassab ou José Serra.
Haddad, que se empenhou pessoalmente nas investigações, e chegou a alugar uma sala próxima ao "ninho" da corrupção para dar apoio à controladoria do município, diz estar fazendo um "acerto de contas" com o passado. Além da construtora Brookfield, que já admitiu o pagamento de R$ 4,1 milhões em propinas aos servidores, outras 15 incorporadoras estão sendo investigadas. A chamada "máfia do ISS" pode ter desviado R$ 500 milhões de São Paulo.
Ao agir para fechar o ralo da corrupção em São Paulo, Haddad busca retomar popularidade, num momento delicado, em que tenta elevar o IPTU da cidade, numa iniciativa contestada pelo Ministério Público, e também renegociar as dívidas de São Paulo com a União. Segundo ele, a investigação não busca efeitos políticos nem a criação de factoides, mas apenas extirpar a corrupção.
Nessa nova fase das investigações, um dos investigados é Mário Apolaro Júnior, diretor na Secretaria Municipal de Finanças. Ele comanda a Divisão de Imunidades, Isenções, Incentivos Fiscais e Regimes Especiais e é também primeiro vice-presidente do sindicato dos auditores do município.
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