terça-feira, 1 de outubro de 2013

A criação da Rede faz bem para a democracia brasileira

por Renato Rovai

A grande expectativa da agenda política para os próximos dias é se o partido político Rede Sustentabilidade será criado. Sim é um partido político, mesmo que não use o termo no nome. Agora, partido virou palavrão, mas na arquitetura institucional brasileira não é possível ser de outro jeito. Para se disputar eleição precisa-se de partido.
E a ex-senadora Marina Silva depois de uma saída atribulada do PT e uma convivência pouco pacífica no PV, decidiu criar um partido para chamar de seu. 
Mas achou que seria muito fácil, porque teve 20 milhões de votos em 2010, e deixou tudo para a última hora. Não está sendo nada fácil. E Marina pode ficar sem seu próprio barco para cruzar o rio de 2014. E terá ou a opção de alugar um partideco ou esperar a próxima disputa. 
Pelo que me dizem os amigos marineiros, ela prefere esperar. Faz sentido. Inclusive do ponto de vista eleitoral. Marina se preservaria como uma reserva moral. Do tipo, não quero me misturar com essa gente. Mesmo sabendo que para fazer política é sempre necessário se misturar bastante.
O Rede Sustentabilidade deve ser autorizado apenas se cumprir as exigência das lei eleitoral, como qualquer outro partido. Mas ele faz muito mais sentido para a democracia brasileira que a imensa maioria dos partidos já legalizados. E bem mais do que os dois que foram recentemente legalizados (Solidariedade e o Pros). 
A Rede Sustentabilidade representa um segmento social claro, tem uma liderança nacional importante e trará novidade à política brasileria, além de novos atores para ela. Muita gente que só fica reclamando do lado de fora, pode vir a participar da política com a criação da Rede. E isso é importantíssimo para a consolidação da democracia.
A Rede ainda teria um papel extremamente importante, o de ser um partido focado nas questões ambientais. Marina tem uma história de compromisso com o tema. Mas é possível também que, por ter dependido demais de grupos evangélicos para conquistar assinaturas para a sua formação, se torne mais um agrupamento para que esse setor religioso faça política.
O teste das urnas é que vai dizer qual será o destino da Rede. A lista de eleitos da Rede é que costuma revelar a real face de um partido. Se tiver uma lista de pastores deputados, ficará claro que muitos sonhaticos acabaram servindo de escada para mais do mesmo.
Mas nada disso tira a legitimidade da Rede. Para a democracia brasileira é melhor que Marina e o grupo que a apóia consiga o registro. Dentro das regras. Mas que consiga. É mais gente na política.
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