quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Dilma e Obama na Cúpula do G20

Os presidentes de Brasil, Dilma Rousseff, e Estados Unidos, Barack Obama, tiveram um encontro bilateral nesta quinta-feira (05/09) em São Petersburgo, antes do jantar oferecido aos chefes de Estado para finalizar o primeiro dia da Cúpula do G20.

Os dois líderes chegaram ao jantar com meia-hora de atraso, o que gerou rumores de que estariam mantendo uma reunião informal. A Casa Branca se limitou a confirmar o encontro. O governo brasileirom por sua vez, não detalhou o teor da conversa até o momento, mas espera-se que a espionagem norte-americana tenha sido o tema central.
[Dilma chega atrasada em jantar do G20 após encontro com Obama]
Dilma Rousseff cancelou hoje a viagem de uma equipe brasileira que prepararia a visita presidencial a Washington, programada para o dia 23 de outubro. A viagem pode não ser realizada em decorrência da espionagem dos EUA contra o Brasil.
Durante o dia, também foram revelados novos dados sobre a espionagem norte-americana no México. As novas informações, baseadas nos arquivos de Edward Snowden, indicam que os Estados Unidos vigiam não somente as questões de segurança e de narcotráficos dos vizinhos do sul, mas controlam também os recursos petrolíferos do México. Obama prometeu ao presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, uma investigação sobre as denúncias de espionagem.
Crise na Síria
O grande assunto da reunião do G20 foi o conflito na Síria, que teve início em 2011 e já deixou pelo menos 100 mil mortos. Os Estados Unidos insistem em uma intervenção militar, apoiados pela França, enquanto Rússia e China afirmam que é preciso esperar uma resolução das Nações Unidas sobre o alegado uso de armas químicas pelo governo de Bashar Al Assad.
A grande novidade do primeiro dia do encontro das maiores potências mundiais é a posição do Reino Unido. O país alterou o discurso contrário à intervenção e afirma ter mais evidências de que o presidente sírio teria usado armas químicas no dia 21 de agosto, em um ataque que terminou com pelo menos 1,4 mil mortos. “Estivemos olhando algumas mostras coletadas em Damasco que foram analisadas no laboratório britânico Porton Downn e (elas) demonstram o uso de armas químicas nesse subúrbio da capital síria”.
Segundo a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Samantha Power, o país compartilhou hoje informação da inteligência sobre a Síria com outros países da ONU. O objetivo é obter apoio internacional a um possível ataque militar. Em coletiva a jornalistas, Power disse que “Assad realizou um ataque indiscrimando e em grande escala contra seu próprio povo usando armas químicas”. A embaixadora revelou ainda estar frustrada com os vetos do Conselho de Segurança da ONU, destacando o bloqueio russo.
O enviado especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, chegou de surpresa à cúpula do G20, com o objetivo de buscar uma solução pacífica ao país do Oriente Médio.
Algumas horas antes da abertura da Cúpula, 256 organizações humanitárias árabes publicaram uma carta pedindo que os líderes do G20 cheguem a um consenso e advertindo contra os perigos de um ataque à Síria. “Pedimosque a comunidade internacional deixa de lado as diferenças, cheguem a um consenso e desenvolvam uma postura inclusiva sobre a Síria”. A carta pede ainda que o assunto seja tratado com extrema urgência. “A crise síria ameaça desestabilizar toda a região do Oriente Médio. Se a situação não muda, o conflito poderia afetar uma população de 13 a 14 milhões de pessoas.
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