terça-feira, 30 de julho de 2013

O Pastor Feliciano gritou chamando a policia para que retirasse os manifestante do meio dos irmãos que estavam no culto eles não eram dignos de serem curados.


Por Ib Sales Tapajós (UES)

  Sobre os fatos ocorridos ontem na orla de Santarém, durante a "pregação" do pastor e deputado Marco Feliciano.
1. O ato organizado pelo Juntos, UES, Rosas de Liberdade e GHS (que teve mais de 100 pessoas presentes) terminou oficialmente no local onde a PM havia bloqueado a Av. Tapajós, próximo à Yamada, por volta das 20:30h. Portanto, muito longe do local do culto.
2. Algumas pessoas (cerca de 30, a maioria estudantes) que estavam na manifestação seguiram andando pela orla para perto do local da programação. E, próximo à Praça do Pescador, levantaram uma bandeira do arco-íris (símbolo do movimento LGBT), quando foram agredidos por seguranças particulares contratados pela Assembleia de Deus, que inclusive rasgaram a bandeira colorida.
3. Um dos seguranças chegou a atingir um estudante com uma máquina de choque, um ato flagrantemente ilegal e desnecessário.
4. Em seguida, a Polícia Militar interferiu na situação, com spray de pimenta e mais pancada sobre os estudantes. Dois tiveram que ir para o Hospital passando mal; alguns ficaram com hematomas e escoriações; outros foram asfixiados e desmaiaram. Três foram detidos, algemados e conduzidos à Delegacia de Polícia.
5. Vale lembrar que o pastor Marco Feliciano incitou, de cima do palanque, a repressão policial: "Essas pessoas podem ser presas e algemadas agora". Com a sua intolerância de sempre, chegou a solicitar que os policiais prendessem os jovens, “ou que os fizessem voltar para as boates promíscua deles".
6. Ao chegar à delegacia, os 3 estudantes detidos ficaram algemados por 40 minutos, sem qualquer necessidade, contrariando a Súmula Vinculante nº 11 do STF, que limita o uso de algemas a casos excepcionais - quando há resistência e fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física, o que não ocorreu no caso.
Diante de tudo isso, restam a meu ver as seguintes conclusões:
A) Independentemente do mérito do segundo ato de 30 pessoas, a ação da PM e dos seguranças privados foi inaceitável. Eu, particularmente, acho que o local do culto não era o mais apropriado para se manifestar. Por isso, em reunião de organização do ato 'Fora Feliciano', definimos que este terminaria no início do trecho interditado pela PM. Porém, nada justifica a truculência e as agressões físicas praticadas contra os estudantes.
Precisamos denunciar mais esse atentado violento contra ativistas sociais, praticado pelo braço armado do Estado e por "seguranças" privados, com a benção do pastor Feliciano. Entidades da sociedade civil, movimentos sociais, parlamentares e todos os que defendem os direitos humanos devem se pronunciar em solidariedade e exigindo a responsabilização dos agentes que agrediram abusivamente os jovens na orla.
A religião não pode ser usada por fanáticos como Feliciano para promover o desrespeito aos direitos democráticos e, muito menos, para incitar a prática da violência, que deve ser negada por aqueles que se inspiram em valores humanistas (inclusive os cristãos). Pelo Estado Laico, pelos direitos das minorias e pela liberdade de manifestação, seguiremos na luta!
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