Vitória é histórica; liderando os Brics, Brasil bateu articulação do bloco europeu e, no voto a voto dos 159 países-membros, fez hoje do embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, o novo diretor-geral da entidade responsável pelas regras do comércio mundial; chanceler Antônio Patriota foi maior artífice da candidatura, que superou outras oito; posição defendida pelo governo Dilma Rousseff de menos protecionismo nos negócios globais foi compreendida por nações da América Latina, Ásia e África; ficou batido o mexicano Herminio Blanco, apoiado pelos países ricos; internamente, discurso da oposição sobre isolamento do País no cenário mundial cai por terra; brasileiro substitui francês Pascal Lamy, com posse marcada para 31 de agosto; protagonismo!
Agência Brasil
A Organização Mundial do Comércio (OMC) elegeu nesta terça-feira (7) o novo diretor-geral da entidade. O escolhido é o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos. O brasileiro disputou com o mexicano Herminio Blanco, de 62 anos. O novo diretor-geral assume o cargo em 31 de agosto substituindo o francês Pascal Lamy. A eleição foi disputada até o último minuto. O número de votos obtido pelo brasileiro só deve ser revelado mais tarde.
Azevêdo teve apoio do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além dos países de língua portuguesa e de várias nações da América Latina, da Ásia e da África. Desde 2008, ele é representante permanente do Brasil na OMC. Azevêdo está diretamente envolvido em assuntos econômicos e comerciais há mais de 20 anos.
O embaixador brasileiro, que é diplomata de carreira, foi chefe do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, de 2005 a 2006, e chefiou a delegação brasileira nas negociações da Rodada Doha da OMC, sobre liberalização de mercados.
Ontem (6) a União Europeia e a Croácia, que têm 28 votos, fecharam o apoio ao mexicano. Mas os negociadores brasileiros mantiveram o otimismo, pois o processo eleitoral na OMC não envolve apenas o voto. É necessário negociar um acordo que agrade a maioria, eliminando ao máximo o índice de rejeição.
Na eleição da OMC, cada um dos 159 países que integram o órgão vota no nome de sua preferência. Para vencer, é preciso ter um mínimo de 80 votos e obter o consenso entre as nações. A escolha é feita em três etapas.
O processo de eleição para a OMC começou no final de março, com nove candidatos. Na segunda fase, encerrada no dia 25, ficaram cinco. No final de abril, a OMC comunicou que tinham passado à fase final apenas os candidatos do Brasil e do México. Os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do México, Enrique Peña Nieto, participam diretamente das negociações, dando telefonemas e conversando com os líderes mundiais.
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