quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Presidente do Irã ironiza desenho de bomba do premiê israelense




O presidente do Irã criticou nesta terça-feira o discurso do premiê israelense Benjamin Netanyahu nas Nações Unidas, classificando o desenho de uma bomba apresentado na ocasião como algo "infantil e primitivo". Para Mahmoud Ahmadinejad, o gesto de Israel estabelecer um limite até a intervenção estrangeira no país acabou se revelando um “insulto intelectual contra os dignatários da ONU”.
"Linha vermelha, linha branca, linha preta e qualquer outra são coisas de criança”, disse o presidente a uma agência oficial de notícias do país. “É esse o nível do caráter dessa pessoa. O desenho insultou a audiência. É um comportamento horrível". Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Ahmadinejad acusou Netanyahu de ser um “profeta da guerra” e alegou que qualquer um que cogitar intervenções armadas estará se revelando "um retardado".
O desenho de Netanyahu ficou conhecido como "a bomba de Bibi”, apelido utilizado pela imprensa israelense para se referir ao premiê. Na visão do governo do conservador Likud, o Irã está desenvolvendo tecnologia para a fabricação de armas nucleares e representa, por essa razão, uma “ameaça em potencial”. Netanyahu cita constantemente a recusa de Ahmadinejad em reconhecer a existência do holocausto judeu e seus apelos pela destruição do Estado de Israel.
No entanto, o Irã reforça constantemente que seu programa de enriquecimento de urânio é pacífico e possui finalidades exclusivamente médicinais e energéticas. Autoridades do país já abriram suas centrais de enriquecimento nuclear a autoridades da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em diversas ocasiões e estenderam o convite a outras autoridades críticas do projeto iraniano.
Uma das promessas de campanha de Barack Obama, candidato à reeleição pelo Partido Democrata, é prevenir a todo custo que o Irã desenvolva ogivas nucleares.
Ainda assim, o presidente recusou o recente pedido de Netanyahu para que a diplomacia de Washington envie um ultimato a Teerã. Ao longo dos últimos meses, a Casa Branca tem tentado de todas as formas possíveis evitar uma ação militar israelense, algo que causaria enorme instabilidade geopolítica no Oriente Médio às vésperas das eleições norte-americanas.
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