quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Morre o escritor americano Gore Vidal

Gore Vidal era romancista, mas escreveu sucessos da Broadway e para a televisão. 

O escritor norte-americano Gore Vidal morreu aos 86 anos, em sua casa, em Hollywood Hills, Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, informou seu sobrinho ao jornal “Los AngelesTimes”. 
Gore Vidal nasceu na Academia Militar de West Point. Era filho de um pioneiro da aviação americana. Foi criado em Washington, D.C., onde seu pai trabalhou para o governo Roosevelt e seu avô foi o senador T. P. Gore. Estudou na Universidade de Nova Hampshire.
Ele ingressou na literatura quando adolescente, escrevendo contos e poemas. Publicou seu primeiro romance, “Williwaw”, aos 21 anos, ao servir às Forças Armadas durante a Segunda Guerra Mundial. O livro foi escrito a bordo de um navio.
Nos anos 50 passou a sofrer perseguições por parte dos conservadores liderados pelo senador McCarthy, pois era um crítico das posturas belicistas adotadas pelos dirigentes norte-americanos.
Gore Vidal foi romancista e ensaísta e residiu muitos anos em Ravello, na Itália. Ele escreveu livros e artigos para periódicos do mundo inteiro.
Vidal era um rolo compressor literário que escreveu 25 romances, incluindo obras históricas como “Lincoln” e “Burr” e sátiras como “Myra Breckinridge” e “Duluth”. Seus livros mais famosos são "À procura de um rei", "O julgamento de Paris" e "A era dourada".
Ele elogiou, criticou ou fez piadas de amigos e inimigos como Anais Nin, Tennessee Williams, Christopher Isherwood, Orson Welles, Truman Capote, Frank Sinatra, Jack Kerouac, Marlon Brando, Paul Newman, Joanne Woodward, Eleanor Roosevelt e a família Kennedys, entre outras celebridades.
Vidal fazia comentários ásperos sobre política, sexo e a cultura americana. Por várias vezes, se envolveu em polêmicas com outros escritores.
Ele também escreveu sucessos da Broadway, roteiros e dramas para a televisão.
Quando não estava escrevendo, aparecia em filmes, interpretando a si mesmo, como em “Roma.
Gore Vidal, vai ser lembrado não pelos livros que escreveu e sim pelas frases cínicas, cruéis e brilhantes que criou em quantidade extraordinária.
Vidal, crítico tonitruante de seu país, os Estados Unidos, foi uma espécie de reedição de outro grande autor de epigramas – o irlandês Oscar Wilde. (Também em Wilde as frases são muito acima dos livros.)
Wilde e Vidal tinham a inteligência corrosiva e iconoclasta tão comum no admirável humor gay. Sobre Wilde, Vidal teve a vantagem de uma formação política que ampliou consideravelmente seu repertório de insultos e injúrias. Abaixo, uma seleção de frases de Vidal:
1) Cada vez que um amigo faz sucesso, eu morro um pouco.
2) Um escritor deve sempre dizer a verdade, a não ser que seja jornalista.
3) Metade dos americanos nunca votou para presidente, e metade jamais leu um jornal. Esperamos que seja a mesma metade.
4) Quando alguém me pergunta se posso guardar um segredo, respondo: “Por que eu deveria, se você não pôde?”
5) Estilo é você saber quem é, e dizer o que quiser, sem dar a mínima importância para o resto.
6) Toda pessoa pronta para disputar a presidência dos Estados Unidos deveria, automaticamente, ser impedida de concorrer.
7) John Kennedy foi um dos homens mais charmosos que conheci. E também um dos piores presidentes.
8) Nunca tenha filhos, apenas netos.
9) Andy Warhol é o único gênio que conheci com 60 de QI.
10) Uma boa ação jamais deixa de ser punida.
11) Democracia é o direito de escolher entre o Analgésico A e o Analgésico B. Mas ambos são aspirinas.
12) Temos que parar de nos gabar que somos a maior democracia do mundo. Sequer somos democracia. Somos uma república militarizada.
13) Hoje as pessoas públicas não conseguem escrever seus discursos e nem suas memórias. Não sei se conseguem sequer ler.
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