As suspeitas de fraude nas eleições mexicanas, conquistadas pelo candidato do PRI (Partido Revolucionário Institucional) Enrique Peña Nieto, ganharam força com novas denúncias. De acordo com reportagens de duas revistas mexicanas, boa parte dos valores utilizados pela campanha do novo presidente veio do banco local Monex, acusado de lavar dinheiro do tráfico de drogas.
Encontro na Cidade do México em repúdio à eleição de Enrique Peña Nieto, retratado por um boneco, à Presidência
A instituição financeira teria abastecido os cartões pré-pagos da rede de supermercados Soriana. Uma das imagens mais impactantes das eleições foram centenas de mexicanos esvaziando as prateleiras desses supermercados, ansiosos para usar o dinheiro eletrônico de seus cartões dados por militantes do PRI em troca do voto em Peña Nieto.
No começo, pareciam casos isolados, porém, a compra massiva de votos foi ficando cada dia mais evidente, conforme relatos dos donos dos cartões. Com isso, o PAN (Partido de Ação Nacional), formação de direita do presidente Felipe Calderón, e o Movimento Progressista, liderado por Andrés Manuel López Obrador, foram juntando provas para pedir que o Tribunal Federal Eleitoral invalidasse a eleição.
Agora, as novas acusações, relacionados ao Monex, são ainda mais graves. Segundo uma investigação das revistas Proceso e Emeequis, o Monex, além de outros grupos financeiros, lavou milhões de dólares de traficantes mexicanos e colombianos ao longo da última década. Seria a prova, no caso da eleição de Peña Nieto, de uma enorme operação financeira que pretendia levantar milhões de dólares para comprar a Presidência da República.
As revistas pesquisaram as conclusões da Operação Tacos, realizada em 2004 pela polícia espanhola, que desmantelou uma organização de lavagem de dinheiro de traficantes colombianos e do cartel mexicanos Beltrán Leyva. Em conjunto com investigações da norte-americana DEA (Drug Enforcement Administration) e da Procuradoria Geral da República do México, foi descoberto que o Monex lavou, só em 2004, mais de 100 milhões de dólares do tráfico.
A aliança entre a instituição e o crime organizado é de longa data. A polícia da Espanha mostrou que, em 2006, o Cartel del Valle, do Norte da Colômbia, usou as empresas Monex Casa de Bolsa, Monex Divisa e Intercam Casa de Cambio para lavar 78 milhões de euros. Em 2008, foi a vez dos Beltrán Leyva, ex-aliados de Joaquín “el Chapo” Guzmán, agora grupo autônomo.
Denúncia nos EUA
A investigação se soma às acusações feitas em 14 de junho, antes da eleição, pelo empresário norte-americano de origem mexicana, José Luís Ponce de Aquino, proprietário da empresa televisiva Frontera Televisión Network LLP.
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