GRUPO DE PROMOTORES E PROCURADORES ENTRARAM COM REPRESENTAÇÃO NO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO ALEGANDO QUE O EX-SENADOR RESPONDE A PROCESSO NA JUSTIÇA E QUE VÍNCULOS COM CARLOS CACHOEIRA VIRARAM ARGUMENTO PARA DEFESA DE RÉUS EM AÇÕES PROPOSTAS PELO ÓRGÃO DE GOIÁS.
247 - Um grupo composto por pouco mais de 80 promotores e procuradores do Ministério Púbico de Goiás remeteram na manhã desta segunda-feira 27 uma representação ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM) solicitando o afastamento do colega e ex-senador Demóstenes Torres, cassado por seus vínculos com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Os autores do pedido argumentam que o suposto envolvimento de Demóstenes no esquema começa a interferir na atuação de toda a instituição. É o caso de uma empresa, ré em um processo, que argumentou em sua defesa as relações de proximidade entre o ex-senador e o contraventor. No pedido de afastamento, os promotores também elencam o processo aberto no Supremo Tribunal Federal e remetido ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região e mesmo o processo de cassação de Demóstenes.
A representação solicita ainda o ex-senador seja investigado também pelo Conselho Nacional do Ministério Público - uma sindicância foi aberta em 13 de julho no MP-GO, mas Demóstenes não é investigado pelo Conselho - e a abetura de um processo administrativo disciplinar contra Demóstenes. Segundo a assessoria de imprensa do CNMP, o pedido ainda não foi analisado no órgão e, por isso, ainda não há detalhes sobre o que consta do conteúdo.
Reportagem publicada pelo jornal O Globo, antes de a representação ser protocolada no órgão, informa que os colegas que assinam o pedido se sentem constrangidos com o retorno do ex-parlamentar goiano ao Ministério Público do Estado. Segundo o jornal carioca, dois dos três procuradores de Justiça designados para integrar a comissão responsável pela sindicância no órgão estadual já declararam apoio a Demóstenes.
Os autores da representação temem também a influência do procurador-geral de Justiça em Goiás, Benedito Torres, que é irmão de Demóstenes. Torres está sendo investigado pelo CNMP devido a citações em conversas telefônicas utilizadas na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, deflagrada em fevereiro deste ano e responsável pela prisão de Cachoeira.
Segundo O Globo, Demóstenes Torres já proferiu despachos em processos que tramitam no Tribunal de Justiça do estado de Goiás. Opinou em ações cujos réus são um suposto batedor de carteira e um acusado de revender drogas para um morador de rua, entre outros.
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