sexta-feira, 27 de julho de 2012

Chávez anuncia aporte de US$ 500 mi para fundo do Mercosul

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou na noite desta terça-feira (25/07) que o fundo criado pelo país destinado ao Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul) terá ter um aporte inicial de 500 milhões de dólares. A informação foi divulgada em uma entrevista coletiva no Palácio Miraflores, sede do governo, em Caracas, logo depois de o chefe de Estado ter recebido uma delegação brasileira presidida pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Alessandro Teixeira.
Segundo Chávez, o aporte será proveniente de outros fundos estatais, criados e mantidos com os lucros da exportação do petróleo.
Classificando a Venezuela como “uma peça que faltava” ao bloco, Chávez disse estar ansioso para iniciar a entrada do seu país no Mercosul, marcada para o dia 31 de julho, e que, por sua estrutura flexível, consegue comportar as assimetrias entre os países-membros. "O Brasil não é um império. É um irmão, como a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, que eu tenho certeza que mais cedo ou mais tarde voltará para o Mercosul, quando recuperar a democracia", disse.
O país corre para adaptar-se às normas e tarifas do bloco econômico. Durante a reunião com a delegação brasileira, foram identificados projetos para o intercâmbio comercial entre os dois países. "Temos mais de 230 produtos que a Venezuela pode começar a exportar rapidamente para o Brasil", afirmou Chávez. O assessor de assuntos externos da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia, que fez parte da delegação, considerou o ingresso do país “estratégico”. O comércio entre Brasil e Venezuela chegou a cifra de cinco bilhões de dólares em 2011.
Chávez também manifestou sua satisfação com a possibilidade de poder adquirir financiamento para projetos petroquímicos entre a Petrobras e a estatal petrolífera venezuelana PDVSA (Petróleos de Venezuela). Em Pernambuco, por exemplo, a refinaria Abreu e Lima, prevista para ser construída com investimentos binacionais, tem recebido unicamente capital brasileiro, já que a Venezuela não cumpria com algumas exigências para receber financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "Agora o financiamento ao Brasil para as petroquímicas torna-se viável", disse.
O governo do país abrirá um registro para as empresas nacionais que se considerem em condições de exportar para as nações que integrem o bloco e, segundo Chávez, deve disponibilizar recursos para o desenvolvimento de tecnologia e aumento da produção para o consumo nacional e para a exportação.
Bloqueio
No próximo dia 31, Chávez viaja ao Rio de Janeiro para participar da reunião especial que formalizará o ingresso do seu país. Os presidentes de Brasil, Argentina e Uruguai decidiram em junho, na Cúpula de Mendoza, aprovar o ingresso pleno da Venezuela.
O país caribenho sofria oposição do Legislativo do Paraguai, que impedia sua adesão desde 2006. No entanto, após a suspensão do Paraguai do bloco, ocorrida pouco depois da destituição do presidente Fernando Lugo, tornou a adesão venezuelana finalmente possível.
Eleição
Sobre as próximas eleições, que serão disputadas em turno único no dia 7 de outubro, Chávez disse que, em caso de vitória, o governo travará uma “luta pela eficiência” no campo “da moral e da ética”. Segundo ele, a massificação do acesso à educação foi “um dos êxitos” do seu governo, mas que o objetivo passará a ser a qualidade do ensino.

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