quarta-feira, 27 de junho de 2012

JATENE DE VOLTA A SANTARÉM

O governador Simão Jatene estará amanhã, 28, em Santarém para, como paraninfo, diplomar a primeira turma de médicos formados no interior paraense pela Universidade do Estado. Ele chega dois dias após um enorme apagão, não explicado pela moribunda Celpa, e que deixou a cidade e redondezas no escuro e com grandes prejuízos.

No Blog do Dutra


Em razão da festa e do apagão, sugiro aos colegas jornalistas santarenos a seguinte pauta para uma boa entrevista com Jatene:
1. Governador, o senhor está vindo para a diplomação da primeira turma de médicos formados no interior do Pará. A pergunta: estes novos médicos cumpriram as mesmas disciplinas e os mesmos rituais acadêmicos dos cursos de medicina existentes em Belém e por todo o Brasil, ou neste projeto pedagógico da Universidade Estadual existe adaptação curricular, incluindo coisas como doenças tropicais, endemias, enfim, as doenças típicas do interior do Pará?
2. Trata-se de um curso voltado para a doença ou para a saúde, ou seja, estes novos médicos estão se formando dentro da ideologia mercantilista da medicina ou foram capacitados para a prevenção, a medicina familiar, como foi há muitas décadas o Serviço Especial de Saúde Pública, o velho SESP, destruído pelo mercado da doença? Estes novos médicos representam, pelo que aprenderam na UEPA, uma inovação no trato da saúde e da doença ou são clones de profissionais espalhados pelo Brasil, ao mesmo tempo explorados pelos planos de saúde e exploradores em seus consultórios?
3. Quanto ao apagão: Mesmo recebendo energia de duas hidrelétricas, Tucuruí e Curuá-Uma, anteontem Santarém e parte da região Oeste do Estado ficaram um dia sem energia elétrica, além dos apagões setoriais diários. Belém, a capital, sofre todo dia com apagões localizados. Vou ler aqui pro senhor um trecho de uma notícia que saiu no jornal Valor Econômico no início desta semana. Diz aquele jornal de circulação nacional:
“Enquanto a Centrais Elétricas do Pará (Celpa) está em recuperação judicial, o que impede os credores de receberem os R$ 2 bilhões que a companhia deve, o governo do Pará está pagando uma dívida da elétrica com a União. O governo federal, por meio do Banco do Brasil, debitou em abril R$ 2,6 milhões da conta do Estado do Pará.
Os recursos são oriundos do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O valor é proporcional a uma parcela da dívida da Celpa com a União, da qual o governo paraense é avalista. O pagamento é relativo a um contrato de confissão e consolidação de dívida assinado em 1997 (seis meses antes da privatização da Celpa) entre a Controladoria Geral da União (CGU) e a empresa...”
4. Perguntas: Quem privatizou a Celpa foi o seu partido, no governo de Almir Gabriel, por 450 milhões de reais, que hoje estariam aí na casa de 1 bilhão. O que foi feito do dinheiro da privatização?
5. O senhor e o seu partido alardearam na época que as privatizações seriam a solução definitiva da falta de energia. Agora, o senhor é obrigado a pagar uma dívida da Celpa, da qual o miserável Pará é avalista. Por que um Estado pobre tem que pagar por uma empresa açambarcada por um grupo “empresarial” irresponsável, que submete o Pará aos eternos apagões e ainda ganha muito dinheiro com isso?
Obs: Outras perguntas poderão ser feitas, dependendo das respostas dadas. Se as der, rsrsrsrs. Perguntarão?
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