O secretário de Direitos Humanos da Argentina, Eduardo Luis Duhalde,
conhecido por sua atuação em defesa das vítimas da repressão naquele
país durante e depois o período ditatorial (1976-1983), morreu nesta
terça-feira (03/04) aos 72 anos em Buenos Aires.
O jurista (que não tinha parentesco com o ex-presidente Eduardo Alberto Duhalde) já se encontrava internado há dois dias em razão de um aneurisma na aorta abdominal. Seu velório será realizado nas dependências da Secretaria.
Duhalde assumiu a Secretaria de Direitos Humanos em 2003, logo no início do primeiro governo de Néstor Kirchner, cargo que exerceu desde então. Em fevereiro, ele participou de uma atividade pública em solidariedade ao juiz espanhol Baltasar Garzón, suspenso de suas atividades pela Justiça espanhola.
Sua trajetória como secretário foi marcada por ter ajudado a impulsionar as aberturas de processos contra centenas de repressores e genocidas do regime. Também contribuiu para uma série de eventos em prol da memória histórica do país.
Na década de 70, começou a representar juridicamente militantes políticos reprimidos pelo regime anti-peronista. Na mesma época, editava a revista “Militância Peronista para a Libertação”, junto ao advogado Rodolfo Ortega Peña, que acabou morto pelos órgãos repressores em 1974. Ao lado de seu sócio, assumiu a defesa de diversos militantes do ERP (Exército Revolucionário do Povo), entre outros casos.
Em 1976, com a instauração da ditadura militar, foi privado de seus direitos civis e políticos. Por fim, o regime ordenou sua captura e o bloqueio de seus bens, obrigando-o a se exilar na Espanha, onde ajudou a coordenar denúncias contra o terrorismo de Estado na Argentina em instâncias internacionais. Entre outros cargos, tornou-se consultor de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).
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