terça-feira, 10 de abril de 2012

Projeto do Governo Jatene vai beneficiar região onde seu sobrinho adquiriu milhares de hectares

Jatene em campanha: uma saudade danada do Baronato de Inhangapi...

No Blog da Perereca

Se ainda não vendeu as propriedades que adquiriu, o empresário castanhalense Eduardo Salles deve andar rindo à toa.
O município de Inhangapi, a 90 quilômetros de Belém, diz o jornal O Liberal de ontem (09/04), é uma espécie de novo “Eldorado”: lá, mais exatamente em Vila Pernambuco, o Governo do Estado vai construir um complexo portuário que promete atrair grandes empresas que atuam na Amazônia.
Entre porto, estrada de acesso e distrito industrial, o Complexo Integrado do Guamá poderá consumir R$ 50 milhões dos cofres públicos estaduais.
Very, very good para Eduardo Salles, que parece ter nascido com o rabo virado pra Lua: só na região de Castanhal/Inhangapi, ele adquiriu, entre 1997 e 2001, quase três dezenas de terrenos, situados, na maioria, às margens de estradas e de rios e igarapés.
E tudo a preço de viração: foram 2.700 hectares por declarados R$ 339 mil – ou R$ 125,00 por hectare (dez mil metros quadrados).
Esses R$ 125,00 atualizados pelo IPCA-E, tendo como referência o período entre dezembro de 2001 e o mês passado, equivaleriam hoje a uns R$ 239,00 – o que daria para comprar um celular bem baratinho.
Mas já no primeiro Governo do tucano Simão Jatene, Inhangapi recebeu R$ 6 milhões em investimentos estaduais, que abrangeram até mesmo a recuperação da piscosidade de rios e igarapés.
E tal projeto – vejam só – chegou a ser coordenado pelo sortudo empresário castanhalense, com os seus aprazíveis terrenos à beira de rios e igarapés...
Tudo nos trinques e nos conformes, não fosse por um detalhe: Eduardo Salles é sobrinho em primeiro grau do governador do Estado, Simão Jatene.
E se ainda mantém em seu poder as terras que adquiriu na região de Inhangapi e Castanhal, pode se considerar, desde já, um homem ainda mais rico.
Entre maio e junho de 2006, a Perereca da Vizinha publicou uma série de reportagens mostrando o impressionante enriquecimento de Eduardo Salles, que até 1997 quase nada possuía.
E fez mais este blog: mostrou que, de fato, Eduardo Salles é sobrinho de Jatene, desvendando um segredo até então guardado a sete chaves no coração do poder.
O blog publicou todos os números das matrículas cartorárias dos quase 30 terrenos comprados por Eduardo Salles apenas na região de Castanhal e Inhangapi.
Também mostrou o prédio que Eduardo Salles alugava para a Polícia Civil, em Castanhal (onde funcionou ou ainda funciona a Superintendência Regional do Salgado) e os cerca de R$ 3,5 milhões que a empresa dele, a Engecon, faturou em contratos junto aos governos tucanos.
A Engecon, é claro, estava em nome de laranjas.
Mas o cruzamento de processos na Justiça do Trabalho com certidões cartorárias e diários oficiais do Estado mostrou os laços indisfarçáveis da empresa com Eduardo Salles – ela funcionava, inclusive, na fazenda onde o empresário morava e tinha em seu quadro societário um cidadão que figurou em processos trabalhistas de outra empresa como preposto (representante) de Eduardo Salles.
Na época em que essa série de reportagens foi publicada a blogosfera ainda engatinhava e este blog não possuía nem a metade dos acessos que hoje possui.
Por isso - e tendo em vista o projeto para o porto de Vila Pernambuco - o blog resolveu republicar tais matérias.
E mais: publica alguns dos documentos citados (como certidões cartorárias de compra desses terrenos), já que, naquela época (2006), inexistia a possibilidade da postagem de imagens.
A Perereca faz, porém, duas advertências importantíssimas.
A primeira é que a postagem abrangerá apenas ALGUNS documentos: aqueles que consegui “desencafuar” e escanear na tarde de ontem.
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