O Greenpeace encontrou uma madeireira operando a todo vapor dentro de um
assentamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária), no município de Santarém (PA), sem autorização do governo, nem
consentimento dos assentados. Foram fotografados pátios de madeira,
toras cortadas, desmatamento recente e uma serraria.
Greenpeace encaminhará ao governo um relatório com fotos e mapas da área
documentada, pedindo a investigação do caso. A extração predatória e,
segundo assentados, ilegal, acontece dentro do projeto de Assentamento
Corta Corda, na região do Rio Curuá-Una. Em quatro dias de investigação
noturna na região, o Greenpeace também identificou um tráfego intenso de
caminhões carregados de toras.
Os assentados já denunciaram diversas vezes ao Incra a ação ilegal de
madeireiros no Corta-Corta. Mas, segundo o Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Santarém, a solução proposta pelo Incra, em vez de
fiscalização, foi tentar destinar quase toda a área coberta com
florestas do assentamento – rica de madeiras de lei – para grileiros que
exploram madeira na região. Pelo projeto, o Corta Corda seria reduzido
de 52 mil para 11 mil hectares. A área continua em disputa.
Há cinco anos, o Greenpeace expôs a extração ilegal de madeira dentro de
assentamentos no Pará no relatório “Assentamentos de papel, madeira de
lei”. Porém, até hoje o problema permanece. “É um absurdo que as
motosserras ainda operem sem controle na Amazônia. O Ibama deveria
fiscalizar e punir, mas está desaparelhado para cumprir sua missão”, diz
Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.
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