Em quatro dias de intensa violência, o exército de Israel já matou 23
pessoas na Faixa de Gaza. A escalada das ações de Tel Aviv aconteceu na
sexta-feira (09/03), quando caças iniciaram bombardeios diários ao
território palestino e mataram Zuhair al-Qaisi, novo líder dos Comitês
Populares de Resistência. Estes ataques são, segundo nota do exército,
"uma resposta direta ao contínuo disparo de foguetes contra o sul de
Israel".
No entanto, para analistas israelenses, a culpa pela violência é de
Israel. "Quando o exército decidiu assassinar al Qaisi na sexta-feira,
sabia no que estava se metendo. Avaliações baseadas na decisão de
bombardear o carro previram que cerca de 100 foguetes poderiam ser
lançados contra Israel durante cada dia de reação pela violência. Esse
era um preço que o governo se achava capaz de pagar", afirmou o
articulista israelense Yaakov Katz, do diário israelense Jerusalem Post.
Para Zvi Bar’el, do jornal Haaretz, "é difícil acreditar que
Israel não queira uma escalada da violência. (...) Alguém pesou a
possibilidade que a reação violenta possa levar a mais mortes de
israelenses do que um potencial ataque terrorista que pudesse promover?"
Trata-se da maior escalada de violência na faixa e em seus arredores
desde agosto e a segunda após o fim da operação "Chumbo Fundido", em
dezembro de 2008 e janeiro de 2009, na qual morreram mais de 1.400
palestinos, em sua maioria civis.
Em uma coletiva na Cidade de Gaza nesta segunda-feira (12/03), membros
mascarados do braço militar da Jihad Islâmica reivindicaram um
cessar-fogo de Israel e que o país pare de ter militantes como alvo.
"Alertamos os líderes do inimigo sobre as consequências de testar nossa
paciência. Ela é limitada e pode ser transformada em fogo e destruição",
disse um dos homens.
O principal porta-voz do Exército israelense, o general Yoav Mordechai,
disse que Israel pararia os bombardeios somente se fossem suspensos os
lançamentos de foguetes. O ministro de Defesa israelense, Ehud Barak,
previu em comunicado no domingo que ainda levará vários dias para o fim
da violência, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse
que o seu país atacará fortemente os militantes que lançarem foguetes
contra suas cidades.
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