terça-feira, 13 de março de 2012

Israel mantém ataques aéreos contra Gaza em novo ciclo de violência

 Em quatro dias de intensa violência, o exército de Israel já matou 23 pessoas na Faixa de Gaza. A escalada das ações de Tel Aviv aconteceu na sexta-feira (09/03), quando caças iniciaram bombardeios diários ao território palestino e mataram Zuhair al-Qaisi, novo líder dos Comitês Populares de Resistência. Estes ataques são, segundo nota do exército, "uma resposta direta ao contínuo disparo de foguetes contra o sul de Israel".


 
No entanto, para analistas israelenses, a culpa pela violência é de Israel. "Quando o exército decidiu assassinar al Qaisi na sexta-feira, sabia no que estava se metendo. Avaliações baseadas na decisão de bombardear o carro previram que cerca de 100 foguetes poderiam ser lançados contra Israel durante cada dia de reação pela violência. Esse era um preço que o governo se achava capaz de pagar", afirmou o articulista israelense Yaakov Katz, do diário israelense Jerusalem Post.
Para Zvi Bar’el, do jornal Haaretz, "é difícil acreditar que Israel não queira uma escalada da violência. (...) Alguém pesou a possibilidade que a reação violenta possa levar a mais mortes de israelenses do que um potencial ataque terrorista que pudesse promover?"
Trata-se da maior escalada de violência na faixa e em seus arredores desde agosto e a segunda após o fim da operação "Chumbo Fundido", em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, na qual morreram mais de 1.400 palestinos, em sua maioria civis.
Em uma coletiva na Cidade de Gaza nesta segunda-feira (12/03), membros mascarados do braço militar da Jihad Islâmica reivindicaram um cessar-fogo de Israel e que o país pare de ter militantes como alvo. "Alertamos os líderes do inimigo sobre as consequências de testar nossa paciência. Ela é limitada e pode ser transformada em fogo e destruição", disse um dos homens.
 O principal porta-voz do Exército israelense, o general Yoav Mordechai, disse que Israel pararia os bombardeios somente se fossem suspensos os lançamentos de foguetes. O ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, previu em comunicado no domingo que ainda levará vários dias para o fim da violência, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o seu país atacará fortemente os militantes que lançarem foguetes contra suas cidades.
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