No Blog da Cidadania
"Praticaram todo tipo de violência contra
aquele povo. Foram violências físicas e materiais, mas não só. Tanto violências
físicas quanto materiais podem ser curadas, se não causam morte. Todavia, há um
tipo de violência que a medicina não cura e que o dinheiro não indeniza: a
violência que deixa marcas na alma, a violência psicológica.
Não é preciso ser psicólogo para entender
os danos que presenciar cenas de guerra pode gerar para o desenvolvimento moral
e intelectual de uma criança. Quando aquele pequeno cidadão participa delas,
então, a possibilidade de ocorrerem danos irreparáveis em sua personalidade
vira quase uma certeza.
Como crescerá aquela criança que viu pai e
mãe sendo escorraçados, muitas vezes agredidos, enquanto bombas ensurdecedoras
explodiam ao redor? E se a isso acrescentarmos a visão de seu animal de
estimação sendo morto a tiros por um suposto representante da lei?
Será que essa criança crescerá com uma
ojeriza intrínseca ao conceito de autoridade e com profunda descrença na lei?
E a revolta? O que causará em seu caráter,
quando crescer? Poderá crescer com raiva da sociedade? Será que alguma dessas
pessoas que adoraram o que fizeram com o povo do Pinheirinho não poderá
encontrar uma daquelas crianças já crescida, algum dia no futuro? E será que
não poderá, então, conhecer os efeitos que os traumas na infância causam?
Talvez, apenas talvez, passando por
tratamento psicológico essa criança traumatizada poderá não vir a desenvolver
alguma sociopatia no futuro. Tal possibilidade de eliminar os traumas naquele
pequeno cidadão, porém, inexiste quando se trata de uma família muito pobre e
de um Estado ausente.”
Artigo Completo, ::Aqui::
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