sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Prefeita Maria do Carmo anuncia grandes projetos para 2012

ENTREVISTA AO IMPACTO DA PREFEITA DE SANTARÉM

Um ano de 2012 de atividade. Sinaliza sempre a esperança de melhorias. Assim como, rápidas avaliações no que deu certo, e logo partir para o trabalho em adequar ou inovar. Nessa transição do passado para o futuro, o que pode aguardar o povo santareno da gestão pública municipal, juntamente com os secretariados. Para esses e outros questionamentos, a reportagem de O Impacto conversou a Prefeita Municipal de Santarém, Maria do Carmo Martins Lima. Veja a entrevista:

Por: Alciane Ayres

Jornal O Impacto: Qual a avaliação do saldo positivo de 2011, aos projetos aplicados no município de Santarém?
Maria do Carmo: 2011 foi o melhor ano do meu segundo mandato. Nós tivemos uma série de desafios superados. 2009 foi o ano em que fui cassada. Passei mais de um semestre fora da administração da Prefeitura. Quando eu retornei, voltei desestimulada, sem nenhuma programação para fazer repasse. Acredito que nem mesmo o governo do Estado e o governo Federal na época acreditavam que eu poderia reverter aquela decisão do Supremo. Além disso, enfrentamos uma crise e uma grande cheia, deixando a cidade quase totalmente destruída. Em 2010 tive que ir atrás de recursos para recuperar em parte a cidade que estava muito ruim devido a cheia de 2009, seguido do período eleitoral e foi pouco tempo para conseguir recursos. Então, conseguimos menos do que Santarém precisava. Em 2011 tivemos recursos suficientes para trabalhar obras de infraestrutura e avançar nas obras de recapeamento, asfaltamento, construímos praças e entregamos campos iluminados. Do ponto de vista social, nós avançamos. Tivemos entrega de escolas, uma delas de tempo integral, uniformes escolares. Nós tivemos um avanço na infraestrutura de saúde, consolidamos o Samu, a farmácia popular, novas unidades de saúde 24 horas. Precisamos atender melhor nas unidades básicas de saúde e com isso vamos desafogar o atendimento no Hospital Municipal.
Jornal O Impacto: E os desafios para 2012?
Maria do Carmo: O maior desafio neste ano não é buraco na rua, nem questão de infraestrutura. Eu já fiz metade de asfalto na cidade que todos os prefeitos já fizeram juntos. Mas, o nosso grande desafio hoje, é o emprego. Eu tenho atraído para cá grandes empresas, grandes indústrias. E Para isso, eu preciso do Governador, preciso do governo Federal. Que eles indiquem a essas empresas que querem se instalar no estado do Pará, o município de Santarém. Eu fiz um pedido de audiência com o Governador e preciso de uma resposta. Em 2011 eu não tive resposta do governo do Estado. Eu não posso abrir mão disso de jeito nenhum.
Jornal O Impacto: Com relação aos recursos para as secretárias. O orçamento para o ano que vem, é de 552 milhões de reais. Sendo que 174 milhões são destinados à Secretaria de Infraestrutura. Então, há prioridade sim, na infraestrutura?
Maria do Carmo: Na verdade, a infraestrutura é prioridade em Santarém. Nós temos quatro prioridades: a infraestrutura urbana e rural, a educação e a saúde. São as quatro grandes políticas que nós fazemos. O nosso governo busca desenvolvimento com justiça social. E isso significa você dar tanta importância a área social quanto para a área de infraestrutura. No entanto, os investimentos na infraestrutura são mais caros, do que na área social. Um 1 quilômetro de rua asfaltada em Santarém custa R$ 790 mil. O que ocorre com o nosso Orçamento, a maior parte é repassado a obras de infraestrutura, porque elas são mais caras. Mas, nós temos previstos quase R$ 150 milhões na área social, para a área de educação, saúde, geração de empregos e renda, assistência social, que são de grande importância.
Jornal O Impacto: Rumores feitos pela oposição dizem que a destinação de recursos estaria privilegiando a Secretaria de Infraestrutura. Seria uma forma de favorecer a possível candidatura à prefeitura de Santarém, do secretário Inácio Corrêa?
Maria do Carmo: Na verdade, estamos em ano eleitoral. Então, qualquer crítica nesse sentido sabemos que tem conotação política. Mas, em todos os municípios, a maior parte de seus orçamentos é para obras de infraestrutura, que são muito mais caras. Nós estamos recebendo recursos do governo Federal, do ano anterior e do ano subseqüente. São recursos que vamos receber para obras que já estão emprenhadas. Como funciona? O orçamento é R$ 500 milhões, se eu receber recurso de mais R$ 500 milhões eu não posso gastar se não estiver no orçamento. Com esse recurso que conseguimos, temos a possibilidade de fazer a Avenida Anysio Chaves, de fazer o anel viário do Santarenzinho. Temos previsto do governo do Estado recursos para outras obras de infraestrutura.
Jornal O Impacto: O Programa Minha Casa, Minha Vida está com o convênio fechado entre a Caixa Econômica e o governo municipal. Quando deve iniciar as obras?
Maria do Carmo: Nós temos encaminhado para investimento no Programa Minha Casa, Minha Vida, o valor de R$ 300 milhões. Nós não vamos receber tudo isso de uma tacada só, por isso não está no nosso orçamento. Vamos começar recebendo as parcelas para iniciar os investimentos. Nesse início, para a área da Salvação, são 100 milhões de reais e para o terreno da Moaçara são R$ 70 milhões e, uma praça do PAC que são R$ 2 milhões. Nós temos um investimento do INCRA, na ordem de R$ 3 milhões. O novo Hospital Materno Infantil no Município que está previsto 19 milhões de reais para iniciar as obras em 2012. Então, esse ano vai ser muito promissor.
Jornal O Impacto: O que se pode esperar das Obras do PAC Mapiri e Uruará?
Maria do Carmo: Essas obras já estão dentro do orçamento, porque estão em andamento. Essas obras além de grande têm muitos desafios a superar, porque no decorrer dos trabalhos a gente enfrenta problemas que não foram previstos. A obra do Uruará está indo bem, mas eu tenho 11 famílias dentro das casas que a Justiça já me deu ordem para retirá-las, fazendo com que paralisassem as obras, pois eu não quero usar a força policial. No Mapiri, 11 famílias colocaram a Prefeitura na Justiça. Alegam que a obra vai tirar a visão do Lago do Mapirí, porque o terreno na frente da casas delas está sendo aterrado para 70 moradias. Como sou democrática, eu paro a obra e faço o que a Justiça determina. A questão dessa rotina das grandes obras é o que dificulta suas conclusões.
Jornal O Impacto: Os problemas que atingiram a Ong do Projeto Saúde e Alegria, que resultaria na retirada do barco  Abaré I que realiza os serviços de Saúde às áreas ribeirinhas, foi firmado algum convênio?
Maria do Carmo: Nós temos a garantia que o Abaré I vai ficar com a gente até aproximadamente o final de junho. Mas, nós não temos a garantia que vai ficar para sempre. Na verdade, o Abaré I não veio para Santarém com uma proposta pública. Veio na proposta de uma ação não governamental.  E as prefeituras de Santarém, Belterra e Aveiro entraram como parceiros nos serviços oferecidos dentro do barco. Nós que colocamos os médicos, os enfermeiros e os dentistas, fato que funcionou muito bem até colocarmos o Abaré II em funcionamento. A ong entendeu que havia cumprido o seu objetivo aqui. Vai influenciar no Programa da Saúde da Família dentro dos barcos na região ribeirinha. Eu já tomei duas decisões: a gente vai para a Justiça para garantir o direito da população do Tapajós e do Arapiuns continuarem esse atendimento no Abaré I, ou enviarei o doutor Emannuel Silva até a Holanda negociar diretamente com a direção da Ong, na possibilidade de o governo municipal assumir o barco, via recurso do governo Federal.
Jornal O Impacto: Haverá mudança no secretariado municipal ou até mesmo uma reorganização em 2012?
Maria do Carmo: As mudanças que haverão de ter devem ser por conta da relação municipal. Alguns secretários estão manifestando vontade de colocar o nome à disposição da população. A única coisa que precisa fazer imediatamente seria preencher duas secretarias que estão com administrações interinas que precisamos organizar. São secretarias do PMDB, que devem ser indicadas pelo próprio PMDB. As mudanças mais profundas são por conta das eleições e vão iniciar em abril, quando os pré-candidatos devem sair. Há alguns nomes que já estão se pautando à população, secretários bem avaliados pela população.
Jornal O Impacto: Qual sua avaliação sobre o Plebiscito da Frente Carajás e Tapajós?
Maria do Carmo: Foi favorável do ponto de vista da votação. Mas volto a dizer: Existiam dois mitos, o primeiro era de que meia dúzia de políticos queriam o estado do Tapajós, mas, na verdade, foi um movimento popular que nasceu nas entranhas de um povo, é histórico, é cultural; um movimento que nasce do coração das pessoas e que não foi imposto por ninguém, um movimento que não tem volta. O segundo mito, que só Santarém queria o estado do Tapajós, porque outros municípios não queriam por ciúme. Que Santarém queria ser a capital do Tapajós, teria uma disputa regional. Não foi verdade, a região inteira se uniu. E a principal conseqüência desse resultado foi que 98% votaram pelo SIM. E vamos ter que reformular nossa proposta, alguns pensam em território, pensam em emenda constitucional, já se fala em reavaliar a nossa Constituição e, aproveitando essa oportunidade, criar um Estado não via plebiscito, mas via constitucional, como outros estados foram criados.

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