ENTREVISTA AO IMPACTO DA PREFEITA DE SANTARÉM
Um ano de 2012 de atividade. Sinaliza sempre a esperança de melhorias. Assim como, rápidas avaliações no que deu certo, e logo partir para o trabalho em adequar ou inovar. Nessa transição do passado para o futuro, o que pode aguardar o povo santareno da gestão pública municipal, juntamente com os secretariados. Para esses e outros questionamentos, a reportagem de O Impacto conversou a Prefeita Municipal de Santarém, Maria do Carmo Martins Lima. Veja a entrevista:
Um ano de 2012 de atividade. Sinaliza sempre a esperança de melhorias. Assim como, rápidas avaliações no que deu certo, e logo partir para o trabalho em adequar ou inovar. Nessa transição do passado para o futuro, o que pode aguardar o povo santareno da gestão pública municipal, juntamente com os secretariados. Para esses e outros questionamentos, a reportagem de O Impacto conversou a Prefeita Municipal de Santarém, Maria do Carmo Martins Lima. Veja a entrevista:
Por: Alciane Ayres
Jornal O Impacto: Qual a avaliação do saldo positivo de 2011, aos projetos aplicados no município de Santarém?
Maria do Carmo: 2011
foi o melhor ano do meu segundo mandato. Nós tivemos uma série de
desafios superados. 2009 foi o ano em que fui cassada. Passei mais de um
semestre fora da administração da Prefeitura. Quando eu retornei,
voltei desestimulada, sem nenhuma programação para fazer repasse.
Acredito que nem mesmo o governo do Estado e o governo Federal na época
acreditavam que eu poderia reverter aquela decisão do Supremo. Além
disso, enfrentamos uma crise e uma grande cheia, deixando a cidade quase
totalmente destruída. Em 2010 tive que ir atrás de recursos para
recuperar em parte a cidade que estava muito ruim devido a cheia de
2009, seguido do período eleitoral e foi pouco tempo para conseguir
recursos. Então, conseguimos menos do que Santarém precisava. Em 2011
tivemos recursos suficientes para trabalhar obras de infraestrutura e
avançar nas obras de recapeamento, asfaltamento, construímos praças e
entregamos campos iluminados. Do ponto de vista social, nós avançamos.
Tivemos entrega de escolas, uma delas de tempo integral, uniformes
escolares. Nós tivemos um avanço na infraestrutura de saúde,
consolidamos o Samu, a farmácia popular, novas unidades de saúde 24
horas. Precisamos atender melhor nas unidades básicas de saúde e com
isso vamos desafogar o atendimento no Hospital Municipal.
Jornal O Impacto: E os desafios para 2012?
Maria do Carmo: O maior
desafio neste ano não é buraco na rua, nem questão de infraestrutura.
Eu já fiz metade de asfalto na cidade que todos os prefeitos já fizeram
juntos. Mas, o nosso grande desafio hoje, é o emprego. Eu tenho atraído
para cá grandes empresas, grandes indústrias. E Para isso, eu preciso do
Governador, preciso do governo Federal. Que eles indiquem a essas
empresas que querem se instalar no estado do Pará, o município de
Santarém. Eu fiz um pedido de audiência com o Governador e preciso de
uma resposta. Em 2011 eu não tive resposta do governo do Estado. Eu não
posso abrir mão disso de jeito nenhum.
Jornal O Impacto: Com relação
aos recursos para as secretárias. O orçamento para o ano que vem, é de
552 milhões de reais. Sendo que 174 milhões são destinados à Secretaria
de Infraestrutura. Então, há prioridade sim, na infraestrutura?
Maria do Carmo: Na
verdade, a infraestrutura é prioridade em Santarém. Nós temos quatro
prioridades: a infraestrutura urbana e rural, a educação e a saúde. São
as quatro grandes políticas que nós fazemos. O nosso governo busca
desenvolvimento com justiça social. E isso significa você dar tanta
importância a área social quanto para a área de infraestrutura. No
entanto, os investimentos na infraestrutura são mais caros, do que na
área social. Um 1 quilômetro de rua asfaltada em Santarém custa R$ 790
mil. O que ocorre com o nosso Orçamento, a maior parte é repassado a
obras de infraestrutura, porque elas são mais caras. Mas, nós temos
previstos quase R$ 150 milhões na área social, para a área de educação,
saúde, geração de empregos e renda, assistência social, que são de
grande importância.
Jornal O Impacto: Rumores feitos
pela oposição dizem que a destinação de recursos estaria privilegiando a
Secretaria de Infraestrutura. Seria uma forma de favorecer a possível
candidatura à prefeitura de Santarém, do secretário Inácio Corrêa?
Maria do Carmo: Na
verdade, estamos em ano eleitoral. Então, qualquer crítica nesse sentido
sabemos que tem conotação política. Mas, em todos os municípios, a
maior parte de seus orçamentos é para obras de infraestrutura, que são
muito mais caras. Nós estamos recebendo recursos do governo Federal, do
ano anterior e do ano subseqüente. São recursos que vamos receber para
obras que já estão emprenhadas. Como funciona? O orçamento é R$ 500
milhões, se eu receber recurso de mais R$ 500 milhões eu não posso
gastar se não estiver no orçamento. Com esse recurso que conseguimos,
temos a possibilidade de fazer a Avenida Anysio Chaves, de fazer o anel
viário do Santarenzinho. Temos previsto do governo do Estado recursos
para outras obras de infraestrutura.
Jornal O Impacto: O Programa
Minha Casa, Minha Vida está com o convênio fechado entre a Caixa
Econômica e o governo municipal. Quando deve iniciar as obras?
Maria do Carmo: Nós
temos encaminhado para investimento no Programa Minha Casa, Minha Vida, o
valor de R$ 300 milhões. Nós não vamos receber tudo isso de uma tacada
só, por isso não está no nosso orçamento. Vamos começar recebendo as
parcelas para iniciar os investimentos. Nesse início, para a área da
Salvação, são 100 milhões de reais e para o terreno da Moaçara são R$ 70
milhões e, uma praça do PAC que são R$ 2 milhões. Nós temos um
investimento do INCRA, na ordem de R$ 3 milhões. O novo Hospital Materno
Infantil no Município que está previsto 19 milhões de reais para
iniciar as obras em 2012. Então, esse ano vai ser muito promissor.
Jornal O Impacto: O que se pode esperar das Obras do PAC Mapiri e Uruará?
Maria do Carmo: Essas
obras já estão dentro do orçamento, porque estão em andamento. Essas
obras além de grande têm muitos desafios a superar, porque no decorrer
dos trabalhos a gente enfrenta problemas que não foram previstos. A obra
do Uruará está indo bem, mas eu tenho 11 famílias dentro das casas que a
Justiça já me deu ordem para retirá-las, fazendo com que paralisassem
as obras, pois eu não quero usar a força policial. No Mapiri, 11
famílias colocaram a Prefeitura na Justiça. Alegam que a obra vai tirar a
visão do Lago do Mapirí, porque o terreno na frente da casas delas está
sendo aterrado para 70 moradias. Como sou democrática, eu paro a obra e
faço o que a Justiça determina. A questão dessa rotina das grandes
obras é o que dificulta suas conclusões.
Jornal O Impacto: Os problemas
que atingiram a Ong do Projeto Saúde e Alegria, que resultaria na
retirada do barco Abaré I que realiza os serviços de Saúde às áreas
ribeirinhas, foi firmado algum convênio?
Maria do Carmo: Nós
temos a garantia que o Abaré I vai ficar com a gente até aproximadamente
o final de junho. Mas, nós não temos a garantia que vai ficar para
sempre. Na verdade, o Abaré I não veio para Santarém com uma proposta
pública. Veio na proposta de uma ação não governamental. E as
prefeituras de Santarém, Belterra e Aveiro entraram como parceiros nos
serviços oferecidos dentro do barco. Nós que colocamos os médicos, os
enfermeiros e os dentistas, fato que funcionou muito bem até colocarmos o
Abaré II em funcionamento. A ong entendeu que havia cumprido o seu
objetivo aqui. Vai influenciar no Programa da Saúde da Família dentro
dos barcos na região ribeirinha. Eu já tomei duas decisões: a gente vai
para a Justiça para garantir o direito da população do Tapajós e do
Arapiuns continuarem esse atendimento no Abaré I, ou enviarei o doutor
Emannuel Silva até a Holanda negociar diretamente com a direção da Ong,
na possibilidade de o governo municipal assumir o barco, via recurso do
governo Federal.
Jornal O Impacto: Haverá mudança no secretariado municipal ou até mesmo uma reorganização em 2012?
Maria do Carmo: As
mudanças que haverão de ter devem ser por conta da relação municipal.
Alguns secretários estão manifestando vontade de colocar o nome à
disposição da população. A única coisa que precisa fazer imediatamente
seria preencher duas secretarias que estão com administrações interinas
que precisamos organizar. São secretarias do PMDB, que devem ser
indicadas pelo próprio PMDB. As mudanças mais profundas são por conta
das eleições e vão iniciar em abril, quando os pré-candidatos devem
sair. Há alguns nomes que já estão se pautando à população, secretários
bem avaliados pela população.
Jornal O Impacto: Qual sua avaliação sobre o Plebiscito da Frente Carajás e Tapajós?
Maria do Carmo: Foi
favorável do ponto de vista da votação. Mas volto a dizer: Existiam dois
mitos, o primeiro era de que meia dúzia de políticos queriam o estado
do Tapajós, mas, na verdade, foi um movimento popular que nasceu nas
entranhas de um povo, é histórico, é cultural; um movimento que nasce do
coração das pessoas e que não foi imposto por ninguém, um movimento que
não tem volta. O segundo mito, que só Santarém queria o estado do
Tapajós, porque outros municípios não queriam por ciúme. Que Santarém
queria ser a capital do Tapajós, teria uma disputa regional. Não foi
verdade, a região inteira se uniu. E a principal conseqüência desse
resultado foi que 98% votaram pelo SIM. E vamos ter que reformular nossa
proposta, alguns pensam em território, pensam em emenda constitucional,
já se fala em reavaliar a nossa Constituição e, aproveitando essa
oportunidade, criar um Estado não via plebiscito, mas via
constitucional, como outros estados foram criados.
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